A modelo mineira Paola Antonini sofreu um acidente as vésperas do Ano Novo, há dois anos. Após 14 horas de cirurgia, acordou no hospital com uma das pernas amputadas. Ali começava sua nova história, mas ela garante: “Nunca chorei por ter perdido uma das minhas pernas. Chorei de dor e passei por momentos difíceis e é claro que teve toda uma adaptação logo após o acidente. Mas desde o primeiro momento, ainda no hospital, não me vi no direito de reclamar de nada. Só tenho a agradecer por estar viva e tudo que aconteceu comigo. Vejo isso tudo como uma segunda chance”, contou ao Viver Bem durante o desfile do estilista Vitorino Campos, na São Paulo Fashion Week.
Com o guarda-roupa cheio de mini-saias e shorts, diz que nunca teve vergonha de mostrar sua prótese. “Acho que é diferente minha perninha cinza, apesar de não saber no começo como as pessoas iam reagir. Tive um retorno muito legal e não sofro preconceito”, conta a modelo de 22 anos.
Ela fala que é muito importante que as pessoas acreditem no diferente, entendam que isso é cada vez mais comum e o padrão é o que deve ser contestado. “Eu sempre falo para as mulheres não terem vergonha; seja de uma cicatriz, amputação ou peso. A beleza é muito mais do que isso. O importante é aproveitar a vida sem encasquetar com besteira”.
Embora veja inclusão em alguns desfiles, Paola diz que o caminho é bastante longo: “acho que há necessidade da moda retratar a realidade do mundo”, fala. Ela afirma que espera ver muita modelo plus size, negras, com cabelos naturais e com deficiência nas passarelas. De um jeito que todo mundo se enxergue. “Eu gosto de moda. Coloquei glitter na minha prótese! Acho que a gente tem que usar o que gosta”.
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