Pioneira no Brasil com acessórios de moda em 3D, marca curitibana comemora 3 anos
Marina Mori
11/09/2017 12:00
Fotos: Renata Wajdowicz / Divulgação
Em um momento em que a moda queria se enfeitar com pedrarias e acessórios dourados, surgia em Curitiba a Noiga, uma marca pronta para caminhar na contramão do óbvio. Não faz tempo; o ano era 2014, mas nem se cogitava criar brincos, anéis e colares a partir de uma impressora 3D que usa partículas de nylon em pó como matéria-prima. A ousadia funcionou e a marca comemora, neste mês, seu terceiro ano de vida.
Pouco depois de completar o primeiro aniversário, a marca – liderada inicialmente pelas designers Evelyne Pretti e Renata Trevisan e, atualmente, apenas por Renata – garantiu um lugar no LabModa (evento anual que promove a indústria fashion de Curitiba). Mas os acessórios da Noiga chegaram não só nas penteadeiras das fashionistas curitibanas. Compuseram também os figurinos de atrizes como Giovanna Antonelli e Bruna Linsmayer, na novela A Regra do Jogo, da Rede Globo, e da apresentadora Danielle Ferraz, do Mais Você.
Neste ano, a marca foi selecionada para participar do ID Fashion, o maior evento de moda do Paraná, que será realizado nos dias 28 e 29 de setembro e reunirá os estilistas mais criativos do estado.
A mente por trás da Noiga
Uma série de “acasos” levaram a jovem Renata Trevisan, de 28 anos, a ser a designer da primeira marca de acessórios em 3D do Brasil. O primeiro: ela sempre quis cursar arquitetura, mas antes do vestibular esbarrou no design em uma feira de profissões. “Achei legal porque possibilitava desenhar objetos diversos, desde um móvel a uma joia”, conta. Foi fisgada. O segundo (e definitivo) veio quase no fim do curso. Embora tenha feito algumas aulas de joalheria profissional, não pensava em trabalhar com isso. “É um campo muito fechado, onde só se entra por indicação”, explica.
Por isso, depois de ter trabalhado com ferragens para móveis e em escritórios de design de produto, foi uma surpresa quando a amiga e colega Evelyne a convidou para levar o trabalho de conclusão de curso da universidade para o mercado. Hoje, ela comanda a Noiga sozinha e é responsável por cada etapa da produção, desde o brainstorming para idealizar cada peça até o acabamento. “A ideia é mostrar que a tecnologia é real e não algo impossível ao consumidor”, garante.
Desde sempre, suas coleções são inspiradas em movimentos artísticos, principalmente na arquitetura – tema muito caro a Renata – e no cotidiano. Em alguns casos, a ideia surge a partir de sentimentos: uma coleção, por exemplo, foi inspirada no amor, com peças que representavam os batimentos cardíacos acelerados da paixão.
A Noiga segue o conceito do “seasonless”, cada vez mais agregado no mundo fashion, cujo objetivo é não estabelecer temporadas para cada coleção. Ao criar produtos atemporais, as marcas evitam o desperdício e descolam-se da ideia de “ficar fora de moda.” Na Noiga, cada coleção – lançada a cada três ou quatro meses – tem cinco a 10 peças, no máximo.
Da Holanda para o Brasil
Como mal se falava em impressão 3D no Brasil há três anos, todos os acessórios da Noiga eram inicialmente produzidos na Holanda. “Lá, existem gráficas como as que conhecemos aqui, mas eles oferecem o serviço de impressão 3D. É só enviar o projeto por e-mail e eles imprimem os objetos”, explica Renata.
Era o caminho mais viável para concretizar seus sonhos e tornar a marca real. “Mesmo pagando um frete altíssimo e imposto de importação era possível vender as peças a um preço competitivo”, lembra.
O projeto firmou raízes no Brasil no ano seguinte, em 2015, quando a Noiga foi destaque na mostra Design Tecnológico na Bienal Brasileira de Design. Lá, fecharam duas parcerias que seguem até hoje; todas as peças são produzidas em Santa Catarina e depois trazidas para Curitiba.
Serviço: Showroom | Rua Gutemberg, 585 -Batel | Curitiba – PR – sala 06 (Villa Mariantonio) e www.noiga.com.br. Instagram: @_noiga
As peças estão à venda também em outras lojas. Clique aqui para conferir.