Imagina-se que, eleita pelo gosto popular, ela irá sucumbir aos apelos de Anna Wintour, a poderosa editora da Vogue e conhecida correligionária de Obama. Pois é, há muito mais entre a moda e a política do que sonha a nossa vã filosofia.
A fraternidade é vermelha
Muita gente se perguntou se seria provocação o fato de Obama, Michelle e as duas filhas do casal terem usado vermelho, total ou em detalhes – no caso dele, a gravata –, no dia seguinte à vitória democrata. Rubro é a cor do partido republicano, o derrotado.
O vermelho cai munto bem para pessoas de tez morena, caso dos Obama. “Michelle usa bastante cores vibrantes, que realçam seu tom de pele”, diz a consultora de imagem Adriana Izumi.
Para ela, o grande diferencial de Michelle é utilizar elementos clássicos – como as pérolas – sem deixar de ser atual. A consultora diz que o mesmo não acontece, por exemplo, com Carla Bruni, primeira-dama da França. “Quando vi Carla Bruni, que é jovem e bonita, de tailleurzinho igual ao de Jaqueline Kennedy, achei que não tinha nada a ver com ela. Parecia que ela estava fantasiada. Ela errou”, afirma Adriana. Este erro, observa, dificilmente será cometido por Michelle. “Ela parece ter a personalidade forte, arrojada.”
Em Obama, a advogada encontra um par igualmente ciente da capacidade de informar por meio de indumentária. O novo presidente norte-americano tem a silhueta longilínea e abusa dos ternos escuros. Também prefere gravatas vermelhas às azuis usadas por George W. Bush. “Ele, por mais que tenha aparência extremamente jovem, é mais tradicional na maneira de se vestir do que a esposa”, afirma Adriana, que arrisca um palpite para o novo ocupante da Casa Branca: “Com um terno mais claro, a pessoa aparenta ser mais acessível. Um paletó grafite ficaria melhor, tão elegante quanto o preto, mas não tão austero”.
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