Moda e beleza
Não são exatamente segredos. O que Mireille escreveu leva a uma reflexão sobre os exageros cometidos por muitos e que nos Estados Unidos (e por que não dizer por aqui também) podem ser considerados um costume que leva à obesidade.
A escritora é francesa e mora nos Estados Unidos. É casada com um norte-americano e por isso pôde comparar as duas formas de alimentação. Encher-se de hambúrguer, batata frita, pizza, acompanhado de refrigerante ou café – nem sempre sentado à mesa – é uma visão que provoca calafrios na francesa.
Lanchonetes de fast-food também invadiram Paris. E, assim como o resto do mundo, a cidade é habitada por pessoas acima do peso. Mesmo assim, a Cidade Luz é conhecida como a capital mundial das mulheres esguias.
O segredo das magras francesas está em não deixar o prazer de lado, exercitando a noção de proporção. Fazer o controle das porções e controlar a gula é um dos ensinamentos descritos pela autora. O que não quer dizer que não haverá prazer no comer. O que vale é a lei da compensação: se abusou no almoço, contenha-se no lanche e no jantar. Ela chama a atenção para a maneira apressada de se comer. Franceses típicos, diz Mireille, comem com prazer e desfrutam com calma da refeição, o que ajuda na boa forma.
A sazonalidade no estilo de vida é outra preciosa dica. A ideia é aproveitar o que cada estação climática tem a oferecer. Se as estações do ano influenciam diretamente a alimentação e o comportamento, o jeito é se adequar. Se o inverno e a falta de luz nos deixam um pouco deprimidos, a solução é fazer uma pausa no almoço e dar uma caminhada para não deixar a preguiça tomar conta.
Aí está outra observação da autora: além de aprender a comer, o hábito de exercícios físicos é muito importante. A ordem é caminhar ou andar de bicicleta, sempre aproveitando as paisagens naturais de cada estação. Mais do que falar de comida, a autora mostra como as francesas adotam um estilo de vida que é mais do que uma série de hábitos isolados: são costumes culturais.
Ensinamentos
A nutricionista clínica curitibana Luciana Fontoura Laffitte diz que Mireille simplesmente cita os princípios da reeducação alimentar e qualidade de vida indicados no mundo inteiro. Segundo ela, ao se indicar qualquer dieta para uma pessoa, a primeira coisa é verificar o estado de saúde dela. E se não há alteração de taxa de glicemia ou colesterol realmente não faz sentido privar-se dos prazeres da boa comida. “Se gosta de chocolate, coma, é só não abusar na quantidade. Todos os alimentos têm qualidades boas e outras não tão boas. O chocolate possui antioxidantes, flavonoides, mas também é muito gorduroso. Tudo tem a sua hora, é só não comer ‘besteira’ todos os dias nem em quantidade absurda”, diz a nutricionista.
Para ela, o grande segredo dos franceses está nas pequenas porções e na calma com que se come os alimentos. “Para nutrir o corpo, o ideal é conseguir diferenciar a gula da fome. Em 15 minutos o corpo se sente saciado. Nesse tempo você pode comer três pratos ou apenas um bem balanceado que o corpo vai se satisfazer do mesmo jeito”, diz Luciana. Assim, o ritual francês de comer com calma, sentado, sentindo o gosto do que se mastiga, é um dos melhores ensinamentos que podemos aprender com a terra da Marselhesa.
Serviço:
Mulheres Francesas Não Engordam, de Mireille Guiliano. Editora Campus, R$ 49,90 / Luciana Fontoura Laffitte (nutricionista clínica) fone, (41) 3335-2663.
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