O gemólogo ressaltou os pontos fortes da história da marca, como a coroação do rei Eduardo VII. “Foi a maior encomenda de joias já registrada. Fizemos 27 tiaras diferentes”, conta.
Em 1849, dois anos depois de sua coroação, o rei ofereceu à grife a primeira patente de fornecedor da corte real da Inglaterra. Também foi Eduardo VII quem lançou a frase: “Cartier: joalheiro dos reis, rei dos joalheiros”.
“Quando falamos das maiores casas de joalheiros no mundo não há espaço para modismo”, afirma. Com esta frase, Medina explicou que nem mesmo a tecnologia influencia a alta joalheria, pois o seu processo de criação, feito à mão, é o mesmo desde o século 19. “Mesmo com a chegada das pedras brasileiras no continente europeu, as quatro pedras mais valiosas e procuradas são os rubis, os diamantes, as safiras e as esmeraldas”, comenta.
Ainda que algumas marcas tenham começado a utilizar as outras pedras, chamadas por muitos de semipreciosas, como a Bulgari, o gemólogo explica que utilizar as gemas mais valiosas tem relação direta com o sentido de “vestir joia”. “Acho que isso está ligado a questão de status; é por isso que usamos joias. Se você chegar em um evento com um colar de diamantes todo mundo vai saber o que é, mas as pedras que não são tão tradicionais muita gente nem consegue reconhecer”, fala.
Medina, entretanto, não costuma usar o termo semiprecioso, pois o considera pejorativo. “É preciso ressaltar a questão cultural quando se fala em pedra. A Turmalina Paraíba, por exemplo, que é muito famosa no Brasil, não vale quase nada em outros países. Na Ásia, no entanto, um colar de jade que aqui poucos valorizariam, foi vendido por US$ 27 milhões”, fala.
O gemólogo afirmou acreditar no poder energético das pedras. “Acho que cada pedra tem a sua energia, não é de brincadeira que existem as pedras dos sete chakras”, ressalta. “Assim como os remédios, as gemas também são feitas de elementos químicos e por isso possuem “poderes” diferentes. “A turmalina negra, por exemplo, é ótima para deixar perto do computador ou aparelhos eletrônicos porque ela ameniza a radiação”, fala.
Sobre sua pedra preferida, uma resposta surpreendente: “adoro as alexandritas, que são raras, encontradas apenas no Brasil e na Rússia. Me encanto com o seu lado lúdico, na luz natural elas têm coloração verde e na luz artificial ficam vermelhas. Mas, também gosto dos rubis e, é claro, dos diamantes”.