Moda e beleza

As últimas novidades contra a calvície

Camille Bropp Cardoso
11/07/2015 15:00
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Métodos mais modernos reformulam tratamentos preventivos, tópicos, orais e cirurgias. (Fotos: Bigstock e divulgação)
As estatísticas geram alguma preocupação. Cerca de 50% dos homens apresentarão cabelos mais finos e falhas a partir dos 15 anos. Depois dos 40, o porcentual sobe para 90%. Mas o pior para quem teme a perda de cabelos é estar em grupo restrito, o de 5% de homens que não terão resultados satisfatórios ao tentar barrar a ação da calvície androgenética. Prevista no código genético e, por isso, de difícil combate, essa é a calvície que mais afeta homens e impulsiona novidades em tratamentos (veja nesta reportagem).
Quem está no grupo dos 5% apresenta um descompasso que impede a cirurgia para transplante capilar – a forma mais drástica de tentar barrar a calvície. Esses homens têm área doadora pobre (como é chamado o local de onde serão retirados bulbos a serem implantados na região calva). Ela é incapaz de ajudar a cobrir a calva, extensa demais.
Outros percalços, além da genética, contribuem para que o homem perca a batalha contra a calvície. Um deles, diz o médico Luciano Barsanti, do Instituto do Cabelo, é adiar a prevenção, a melhor forma de conservar cabelos. Uma associação de tratamentos não invasivos é capaz de postergar uma cirurgia e preserva os fios de homens que estão na faixa etária em que transplantes não são indicados (antes dos 30 anos).
São frequentes, ainda, erros de diagnóstico que levam o homem a gastar dinheiro com terapias inúteis. “Complexos vitamínicos são caros e têm eficácia zero contra a calvície genética”, diz o médico. “Não existe milagre, ninguém entra careca e sai cabeludo. Saber qual é o problema é essencial, os tratamentos são muito diferentes um do outro”.
Cicatriz
O dermatologista João Carlos Pereira, responsável por clínicas especializadas em transplante capilar, afirma que a cirurgia tradicional (FUT), feita com bisturi, apresenta risco de falha considerável. É o tal “transplante que não pegou”. “Desde os anos 1990 surgiram técnicas mais modernas, então a meu ver essa deveria ter sido abandonada”.
Apesar de o risco de falha ser inerente à cirurgia, Pereira avalia serem comuns indicações erradas para o transplante. “Há patologias que impedem um resultado bom para a cirurgia, assim como muitas vezes é melhor ficar tratando em vez de partir para ela”, diz. Além de comprometer a área doadora (os bulbos são tirados dela em vão), o mau uso dessa técnica ainda causa uma cicatriz – foi o que ocorreu com o ator Paulo Vilhena.
DIAGNÓSTICO
Existem exames que durante a análise clínica “cravam” a causa da calvície, que pode ser hormonal, por estresse, falta de vitaminas ou genética. O scanner do couro cabeludo permite ao médico visualizar o fio em detalhes. A microscopia eletrônica facilita examinar a raiz do cabelo para checar se há bulbos inativos.
PREVENÇÃO
Se o tema é técnica preventiva não-invasiva, o mais moderno hoje é associar tratamentos durante sessões periódicas, diz Luciano Barsanti. No mesmo dia, o couro cabeludo recebe limpeza, desobstrução de poros e estimulação das raízes vivas. A estimulação pode ser por fotobioestimulação – laser de baixa penetração que tem ação antinflamatória. Outra forma é a eletroestimulação, feita com microcorrentes elétricas. Há ainda a ionização, em que compostos ativos penetram na raiz por ação de correntes magnéticas.
REMÉDIOS
Conhecido pelos efeitos colaterais indesejados (como a perda da libido), os tradicionais remédios orais estão sendo substituídos por fitoterápicos, com resultados positivos. Manipulados, os compostos têm extratos de plantas como serenoa repens, chá verde, ruibarbo e outras.
MICROAGULHAS
Uma opção para ampliar a eficácia do tratamento tópico é a técnica de microagulhamento, em que o couro cabeludo recebe micro-perfurações para aumentar o nível de absorção dos ativos aplicados durante a sessão. É usado um rolo coberto com agulhas de 0,5 milímetro de comprimento, conta a fisioterapeuta Verônica Lapuente Cavallari, do Rei da Barba. “Mas para ter resultado bacana, precisa ter uma boa área com bulbos ativos”. Uma aviso: a técnica dói.
CIRURGIA
A novidade é o uso de sistemas robóticos, que garantem mais precisão. A cirurgia assim tem pós-operatório menos dolorido e não deixa cicatriz visível. Também é garantida estética mais apurada, pois o robô é “incansável”. “Em cirurgias longas, é comum que o médico se canse, o que altera o resultado nas últimas áreas operadas”, diz João Carlos Pereira.
PREÇOS
O mercado desse tipo de procedimento é vasto, o que se reflete nos preços (não cobertos por planos de saúde). Uma consulta costuma sair, em média, por R$ 400. O preço é parecido para cada sessão de tratamentos não invasivos ou de microagulhamento – é necessário repeti-las a cada três meses. As cirurgias custam de R$ 20 mil a R$ 40 mil, dependendo da técnica.
ELES TENTAM
Confira uma lista de homens famosos que andam lutando contra a calvície:
O senador Aécio Neves, 55 anos, fez transplante capilar antes das últimas eleições presidenciais.
O senador Aécio Neves, 55 anos, fez transplante capilar antes das últimas eleições presidenciais.
O zagueiro David Luiz, 28 anos, faz tratamento intensivo para controlar as entradas.
O zagueiro David Luiz, 28 anos, faz tratamento intensivo para controlar as entradas.
O ator Paulo Rocha, 38 anos, fez cirurgia para combater a perda dos fios.
O ator Paulo Rocha, 38 anos, fez cirurgia para combater a perda dos fios.
O ator Paulo Vilhena, 36 anos, tentou transplante capilar, mas não deu certo; ficou com a cicatriz na parte de trás da cabeça.
O ator Paulo Vilhena, 36 anos, tentou transplante capilar, mas não deu certo; ficou com a cicatriz na parte de trás da cabeça.