Saúde bucal

7 dicas para manter o hálito sempre fresco

Patrícia Sankari
18/06/2024 10:10
Thumbnail

Halitose atinge um terço da população e pode afetar a autoestima e as relações de quem sofre com ela. | Bigstock

O hálito pode afetar – e muito! – as interações, seja entre colegas de trabalho, amigos ou familiares. No entanto, mantê-lo sempre fresco, evitando que ele se torne um problema nas relações, pode ser desafiador. Tanto que um terço da população não consegue fazê-lo.
“Isso foi revelado por dados publicados em 2019, em uma revisão sistemática que compilou vários estudos realizados em diferentes países. Este estudo abrangente traz a conclusão de que 33% da população mundial apresenta halitose”, explica o dentista especialista em halitose e embaixador da marca de higiene bucal blue®m, João Paulo Pinto.
Apesar de incômoda, a halitose, popularmente conhecida como mau hálito, não é considerada uma doença. “Ela é vista pelos especialistas como um sinal de que algo não está bem no organismo. Por isso, o paciente deve buscar ajuda especializada para diagnosticar a causa da halitose”, explica o cirurgião-dentista e presidente do grupo OdontoCompany, Paulo Zahr.

Atenção aos seus hábitos

Conforme João, em cerca de 90 a 95% dos casos, a halitose não é causada por problemas de saúde subjacentes, tendo origem na própria boca – principalmente, na má higiene.
Em geral, a causa do mau hálito é a má higiene bucal.
Em geral, a causa do mau hálito é a má higiene bucal.
“Por isso, para evitar a halitose e manter o hálito fresco, é essencial estar atento aos hábitos”, afirma o cirurgião-dentista e sócio-fundador da rede de clínicas odontológicas PróRir, Alexandre Ravani.
De acordo com os especialistas, sete hábitos simples podem ajudar a manter o hálito fresco:
  1. Escovar os dentes regularmente: a escovação pelo menos duas vezes ao dia, de preferência, após as refeições, é essencial para remover os resíduos de alimentos e as bactérias que podem causar mau hálito;
  2. Usar fio dental: o uso diário do fio dental ajuda a remover os restos de comida e a placa bacteriana entre os dentes, onde a escova não consegue alcançar. Isso ajuda a prevenir o mau hálito causado pelo acúmulo de resíduos alimentares;
  3. Escovar a língua: a língua também pode acumular bactérias e resíduos de alimentos. Por isso é importante escová-la suavemente com a escova ou um raspador de língua. “É preciso ter cuidado para não machucar a língua durante a limpeza. Às vezes, as pessoas se preocupam com a halitose, e não utilizam o instrumento adequado ou até mesmo empregam muita força nessa higiene, o que acaba machucando”, complementa Pinto.
  4. Hidratar-se adequadamente: beber água regularmente ajuda a manter a boca hidratada e estimula a produção de saliva, que é importante para combater as bactérias causadoras de mau hálito. “Existe aquela máxima que se fala muito: dois litros de água por dia. Mas, na verdade, isso varia conforme o peso da pessoa. Então, para saber a quantidade ideal, pegue seu peso e multiplique por 0,33”, explica o embaixador da blue®m.
  5. Evitar alimentos com odores fortes: certos alimentos, como alho, cebola e especiarias fortes, podem deixar um odor desagradável na boca. Limitar o consumo desses alimentos pode ajudar a evitar o mau hálito. “Além desses, café, bebidas alcoólicas e alimentos ricos em açúcar também podem influenciar negativamente no hálito. Porém, existem, também, os alimentos que irão auxiliar na manutenção do hálito fresco, como chá verde, hortelã, salsa, maçãs, cenouras cruas e iogurte natural”, afirma Ravani.
  6. Evitar o tabagismo: fumar não apenas contribui para o mau hálito, mas também é prejudicial para a saúde bucal em geral. Abandonar o hábito pode melhorar significativamente esses aspectos.
  7. Consultar regularmente um dentista: visitas regulares ao dentista para limpezas profissionais e exames odontológicos são importantes para manter a saúde bucal e identificar qualquer problema que possa causar mau hálito.

Doenças que contribuem para o mau hálito

Embora seja menos comum, a origem do mau hálito pode ser alguma doença bucal, como infecções nas gengivas (gengivite e periodontite), infecções na boca (úlceras, candidíase oral e amigdalite), e xerostomia (diminuição da produção de saliva).
“É importante compreender, ainda, que a halitose pode estar associada a outros problemas, como sinusite e amigdalite, além de disfunções de origem metabólica como diabetes, enfermidades febris e alterações hormonais”, explica Zahr. Nesses casos, diz ele, é o combate à doença que pode melhorar o hálito e a qualidade de vida, por isso, é imprescindível a consulta com um especialista.

Como identificar a halitose?

Na hora de avaliar seu hálito, nem sempre é possível confiar na sua própria percepção.
É essencial consultar um especialista para identificar a real causa da halitose.
É essencial consultar um especialista para identificar a real causa da halitose.
“Diversos estudos demonstram que cerca de metade das pessoas erra ao avaliar o próprio hálito. Às vezes, ao sentir um gosto estranho na boca, já associam ao mau hálito, o que nem sempre é o caso”, explica Pinto.
Ele ressalta a necessidade de questionar e buscar opiniões externas. “Não hesite em perguntar a um amigo ou familiar. Porque, senão, essa dúvida vai crescendo e você acaba ficando constrangido de falar de perto, influenciando diretamente no seu comportamento. Então, quando surgir dúvida, não tenha vergonha e pergunte para alguém de confiança”, conclui.