Saúde e Bem-Estar
Você está sendo enganado: 11 alimentos que parecem saudáveis, mas não são
Uma alimentação saudável precisa seguir recomendações como diminuição no consumo de açúcar e alimentos gordurosos, além de incluir na dieta alimentos de origem natural. Mesmo assim, muita gente consome produtos que são comercializados ou popularmente conhecidos como saudáveis, mas sua composição é bem diferente do que uma dieta benéfica para o organismo necessita. Entre eles estão biscoitos integrais, sopas instantâneas e a famosa farinha láctea, consumida inclusive por crianças.
Esses alimentos possuem grandes quantidades de conservantes, açúcar, gordura trans, além de sódio e corantes, o que pode trazer problemas como aumento do nível de glicose (o que leva ao diabetes), colesterol, doenças cardíacas e cálculo renal. A Gazeta do Povo ouviu um nutricionista e um médico endocrinologista para saber quais os malefícios causados ao organismo por esses alimentos e como quem quer seguir uma dieta saudável pode substituí-los por outros itens de melhor qualidade.
Peito de peru
Muito utilizado por quem pratica exercícios físicos por supostamente ter menos gordura que presunto e mortadela, o peito de peru possui alta quantidade de conservantes, corantes e outras substâncias químicas que não são boas para o organismo, segundo o médico endocrinologista e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Aléxei Volaco.
“Esses três alimentos (peito de peru, mortadela e presunto) possuem proteína, mas o peito de peru tem menos calorias. Mesmo assim está longe do ideal, pelas substâncias que possui para sua conservação. O melhor é consumir sanduíches com frango desfiado, ovo ou carne”, afirma.
Barra de cereal
Popular entre quem quer aumentar o consumo de fibras, a barra de cereal, segundo o nutricionista e conselheiro do Conselho Regional de Nutrição do Paraná (CRN-8), Wagner Ozório D’Almeida, aparenta ser saudável, mas possui muito carboidrato e açúcar.
“É um produto industrializado, com muitos aditivos químicos para que fique na prateleira a longo prazo”.
O nutricionista recomenda que o produto seja substituído por uma mistura de aveia com frutas, ou farelo de aveia, frutas e um pouco de leite. “Pode-se pegar uma fruta, aquecer, colocar aveia e canela. Quando aquecemos a fruta, realça o doce dela”, acrescenta.
Granola
Ainda segundo o nutricionista, a granola não pode ser considerada um produto totalmente recomendável, devido ao excesso de carboidratos. “A granola tem açúcar e frutas secas, que aumentam o nível de glicose no sangue. O que muitos pacientes fazem para substituir é o seguinte: como a granola possui muita densidade calórica, trocam o produto por aveia”, comenta.
Pão de forma light
Esse tipo de pão possui menos calorias que os pães comuns. Mesmo assim, lembra o endocrinologista, o pão light tem em sua composição carboidratos que, “apesar de ser a base da pirâmide alimentar, o pão branco tem uma absorção rápida e faz subir mais o índice de glicose no organismo. A quantidade recomendada de carboidratos atualmente tem sido cada vez menor. A tendência é a de comer menos carboidratos e mais proteínas”. A sugestão do médico é substituir o pão light pelo integral.
Biscoitos integrais
Esses produtos são altamente industrializados e processados, e a indústria alimentícia utiliza gorduras e carboidratos para que o biscoito tenha sabor mais agradável, conforme explica D’Almeida. “A maioria das gorduras utilizadas é trans, para garantir maior tempo de validade e mais sabor ao alimento.
Esse tipo de gordura aumenta o colesterol ruim e diminui o colesterol bom. Se for biscoito salgado, o sódio ajuda a piorar esse panorama”. O nutricionista recomenda a substituição desses biscoitos por oleaginosas (castanhas, por exemplo), fatias de queijo ou frutas com farelo de aveia.
Sucos de caixinha
A maioria dos sucos de caixinha causam os mesmos efeitos no organismo que uma dose de refrigerante, conforme explica o médico endocrinologista. “No geral, vemos a caixa de suco com uma laranja bem bonita, mas aquilo está super processado, tem altas quantidades de calorias, conservantes e açúcares”. Uma recomendação é sempre olhar os ingredientes e as informações nutricionais.
A melhor opção, neste caso, é fazer o suco de frutas em casa. “Ainda que dê trabalho espremer ou processar as frutas, não há necessidade de utilizar muitas frutas para fazer um copo de suco. Podemos usar, por exemplo, uma ou duas laranjas e completar o copo com água. Isso diminui a quantidade de açúcar da própria fruta na dose de suco”, explica.
Sopa instantânea
Tomar uma “sopa de pacotinho” à noite, como estratégia de emagrecimento, pode trazer malefícios a longo prazo. Isso porque o produto possui sódio, gordura trans, além produtos químicos como acidulante e estabilizante glutamato monossódico.
Juntas, essas substâncias podem levar ao desenvolvimento de colesterol alto, aumento de pressão arterial e cálculo renal. “O mais indicado é fazer a sopa natural de legumes, ou misturar macarrão, de preferência integral, com proteínas e legumes”, diz o nutricionista.
Pipoca de micro-ondas
A pipoca de micro-ondas industrializada possui muita gordura trans e é rica em sódio, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças relacionadas ao colesterol alto e ao cálculo renal. Segundo D’Almeida, a melhor escolha ainda é a tradicional pipoca feita na panela, que leva menos gordura.
“Outra forma alternativa e fácil de preparo é colocar a pipoca dentro de um pacote de papel, como um saco de pão, um pouco de óleo e levar ao microondas. Ela vai estourar normalmente”, ensina.
Farinha láctea
Muito utilizada na alimentação de crianças, está relacionada ao ganho de peso da população infantil. O produto contém muito açúcar em sua composição, segundo Volaco. “A quantidade de cereal na farinha láctea é muito pequena. Grande parte da composição do produto é açúcar”, diz o médico.
Da mesma forma, ele não recomenda a utilização de outros produtos semelhantes e com a mesma composição. O melhor, na opinião do nutricionista, é utilizar mingau de aveia na refeição, benéfico por trazer fibras na composição.
Chocolate Diet
Segundo Volaco, esse produto é consumido por pessoas que querem chocolate mas não querem engordar. “No processo de industrialização, no lugar do açúcar e de carboidratos, são adicionadas gorduras. Então, em geral, são normalmente mais calóricos e podem causar ganho de peso.
Esse produto é bom para quem tem diabetes e quer comer um chocolate, mas é importante lembrar que deve-se olhar o rótulo do produto para saber a quantidade de açúcar que possui”, diz. De acordo com o nutricionista, chocolates 70% cacau são melhores por serem mais saudáveis.
Leite de caixinha
Conforme explica D’Almeida, esse tipo de leite passa por processos de esterilização a temperaturas muito elevadas, o que resulta em alterações na qualidade do produto. “Esses processos mudam a estrutura da proteína, do cálcio e de diversas vitaminas do leite, além de eliminar as bactérias que são benéficas para o organismo. O melhor é consumir leite pasteurizado tipo C, vendido em pacotinho”, finaliza.
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