Saúde e Bem-Estar
Andar descalço não causa resfriados e ainda é bom para a saúde; veja os benefícios
Tirar os sapatos e deixar os pés livres estimula as terminações nervosas e ajuda a evitar o estresse e ansiedade. Foto: Bigstock
Ao contrário da crendice popular, andar descalço não causa gripes ou resfriados e ainda é indicado pelos médicos. De acordo com especialistas, tirar os sapatos para caminhar ajuda a manter equilíbrio, melhora a coordenação, a postura e a estabilidade. Além disso, pés descalços transpiram menos, o que evita o surgimento de fungos e micoses. Para as crianças, dar os primeiros passos descalços é fundamental para o desenvolvimento. A pediatra Sandra Nakata explica que andar sem sapatos permite que a criança aguce o tato, as sensações de temperatura e texturas, importantes para o crescimento.
“Andar descalço ajuda a formar o arco plantar melhorando o pé plano (chato). Estimula a musculatura das crianças, preparando os pés para andarem e correrem mais precocemente e rapidamente. É também benéfico para a mente porque estimula as terminações nervosas, evitando estresse e ansiedade”, enfatiza a pediatra.
Ela reforça, no entanto, que é preciso um pouco mais de atenção, principalmente para as crianças: “Os pais devem estar atentos aos cuidados com possíveis acidentes com cacos, pedras pontiagudas e vidros, certificando-se de que o chão que a criança vai pisar sempre esteja limpo, livre de resíduos e sujeira”. Segundo a pediatra, outra crença popular sem fundamento é de que andar descalço favorece infeção urinária. “Não existe essa relação”. A gripe também, não “se pega” andando descalço, já que é causada por vírus e não pelo chão. Crianças suscetíveis a alergias também devem evitar, durante o inverno, pisar em chão muito gelado, a fim de não mudar a temperatura do corpo bruscamente. “Esse contato pode gerar um quadro alérgico, com espirros, nariz escorrendo e até chiado no pulmão”, alerta.
Atividade cerebral
O médico e doutor em Ortopedia, João Luiz Vieira da Silva, é especializado em pé e tornozelo. Ele explica que o pé é recheado de terminações nervosas, e assim como a face e as mãos, ocupa um espaço importante na atividade cerebral. “É uma ligação importante com o mundo”.
“Na praia, o contato dos pés com areia traz uma percepção gostosa de prazer. A percepção da natureza e a sensibilidade são positivas pela questão lúdica do ato. É importante também para aumentar as percepções na criança e para seu desenvolvimento como um todo esse contato com diferentes superfícies”, diz o ortopedista.
Ele recomenda que as pessoas devem se manter ativas com o mínimo de lesão. “Por esse aspecto é ideal que a criança e o adulto façam atividade física com um tênis adequado. Andar descalço é bom, mas algumas pessoas têm disposição a se machucar. É importante prestar atenção nos locais onde vão caminhar, se são seguros, para evitar cortes e perfurações. E na praia, a parte fofa da areia trabalha mais músculos, mas não impede lesão. Então o contato do solo como atividade física não é aconselhável.”
Qual o seu tipo de pé?
Ortopedista explica que existe 3 tipos de pé:
- Pé neutro – é o mais comum, presente em 70% da pessoas. Com ele, o peso do corpo é distribuído de forma mais equilibrada
- Pé Cavo ? mais alto e rígido, propicia menos contato com o solo. Sofre mais sobrecarga e é mais suscetíveis a lesão, pois apoia uma área menor do pé
- Pé plano – tem mais contato com o chão, é conhecido como pé chato e tem risco aumentado de lesão
O médico recomenda que as pessoas que praticam atividade física busquem informações sobre o tênis mais adequado para cada tipo do pé e do esporte que pretendem praticar. “Esse aconselhamento é importante para ter menos lesões, e deixar para andar descalço naqueles momentos de descontração, como uma brincadeira com os filhos ou uma pelada na praia”, indica.
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