Saúde e Bem-Estar

Beijos “lambidos” são ameaça aos bebês até os dois anos de idade

Amanda Milléo
10/09/2019 08:00
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Embora metade da população adulta tenha o vírus herpes (tipo 1, simples) alojado no organismo, a transmissão para outras pessoas só acontece quando o vírus apresenta lesões ativas — ou quando ele sai dos nervos onde fica escondido e passa a circular pelo corpo, formando os machucados característicos nos lábios dos adultos.
Mas, pouco antes de as lesõesestourarem‘, a transmissão pode acontecer e existe uma forma de identificar se a pessoa está transmitindo a herpes ou não.

“Quando o lábio está amortecido e você sente que vão estourar as feridas, pode ocorrer a transmissão via saliva. As pessoas que estão nesta fase de contágio do herpes devem evitar beijar as crianças, mesmo na bochecha, porque podem desenvolver também aquelas estomatites”, explica Tony Tannous Tahan, médico infectologista.

Crianças em risco
Até os seis meses de idade os bebês ainda não conseguem produzir rapidamente as próprias células de defesa e utilizam os anticorpos da mãe.
O leite materno colabora, encaminhando células de defesa extras. Após os seis meses, a criança passa a produzir mais células, mas é também o período em que entra em contato com mais doenças e as desenvolve.
Apenas com dois anos de idade o sistema imunológico está maduro o suficiente para se defender sozinho.

“Do nascimento até os dois anos de idade é preciso ter muita higiene no contato com o bebê. O ideal é evitar beijar no rosto ou beijar bem delicadamente. A herpes pode não fazer uma lesão importante no adulto, mas na criança menor não afeta só os lábios, pega a boca inteira e às vezes invade até o corpo”, alerta o médico infectologista.

Recomendações
– Se for beijar a criança, que seja delicado;
– Se vir alguém dando um beijo lambido no bebê, limpe depois;
– Sempre avise os parentes e visitas para ter bom senso;
– Se tiver sintomas de gripe ou qualquer outra doença transmitida por contato (saliva, sangue ou mucosa), evite se expor à criança. Mantenha distância até que os sintomas desapareçam.

“A melhor forma de carinho é querer saber da criança, não se aproximar muito. Mesmo que seja só uma gripe, para a criança até dois anos de idade, a doença pode ser muito mais agressiva”, explica Tahan.

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