Saúde e Bem-Estar

Cogumelos são única fonte não animal de vitamina essencial ao organismo

Cíntia Vegas, especial para a Gazeta do Povo
19/03/2019 11:44
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Os cogumelos têm vitaminas e fibras que deixam o organismo mais saudável. Foto: Bigstock.

O cultivo de cogumelos acontece há centenas de anos. Em algumas civilizações, eles tinham apelo sagrado ou eram apontados como fontes de força e coragem. A verdade é que são repletos de nutrientes e podem trazer uma série de benefícios à saúde.
Ricos em fibras, com baixo teor de gordura (entre 0,1 e 0,4%), poucas calorias (entre 30 e 70/ 100g frescos) e alto conteúdo de água (entre 80 e 90%), contêm Vitamina C e muitas do complexo B, importantes, entre outras coisas, para manter a saúde mental e fortalecer o sistema imunológico.
Quando tomam sol no final do cultivo, segundo Francisco Vítola, que é professor no curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), também tornam-se a única fonte não animal conhecida de Vitamina D. Ajudam na prevenção e tratamento de doenças infecciosas, alergias e até câncer. Por tudo isso, são muito apreciados em dietas.

“Os cogumelos são recomendados tanto a pessoas que buscam perder peso quanto a quem não consome nada de origem animal. Não substituem a carne, mas podem enriquecer e diversificar a alimentação”, diz a nutricionista Raquel Maccarini Zarpellon.

As espécies que apresentam maior proporção de proteínas em relação aos carboidratos são o champignon e o Portobello. O shiitake apresenta um teor de carboidratos e gorduras levemente mais elevado, apresentando conteúdo calórico um pouco maior.
Consumo e cuidados
Os cogumelos são vendidos secos, o que lhes garante maior durabilidade; em conservas, já pré-cozidos e podendo ser adicionados aos pratos com maior facilidade; e frescos, devendo ser guardados na geladeira por até uma semana. Em pratos prontos, podem ser congelados, embora ocorra alteração na textura.
Na hora da escolha de cogumelos frescos, as regras são as mesmas utilizadas na seleção de frutas e vegetais. É importante verificar se o produto não tem cheiro de podre, mofo e cor amarelada, o que significa que está passado.

“Não é indicado o consumo cru, devido à presença de hidrazinas, substâncias que fazem mal à saúde se ingeridas em grande quantidade. Porém, elas são facilmente eliminadas sob altas temperaturas, através de frituras, assados e cozimentos”, explica o pesquisador de biotecnologia.

Com sabor suave e textura fibrosa, amada por uns e odiada por outros, os cogumelos estão cada vez mais presentes na mesa dos brasileiros. Eles vão bem tanto em pratos populares, como pizzas e estrogonofes, quanto em receitas que possam ter um preparo mais sofisticado. Nos últimos anos, a fusão da iguaria na culinária nacional já fez com que ela fosse introduzida até em moquecas e no espetinho do churrasco.
Os cogumelos começaram a ser cultivados em maior escala por aqui na década de 1950, tornando-se mais diversificados a partir do ano 2000. Hoje, é possível encontrar uma gama imensa de produtos.

“Com um pouco de empenho, dá até para adquirir tipos raros, como o Eryngii, com chapéu pequeno e base grande; o Enoki, típico de inverno e muito consumido no Japão; e o Salmão, de cor rosada”, explica  Francisco Vítola.

Mais comuns
Em todo o mundo, existem cerca de 4,5 mil variedades de cogumelos comestíveis. Em território nacional, são apontadas entre as mais comuns:
Funghi secchi: o termo diz respeito ao cogumelo desidratado, sendo encontradas diferentes espécies com esta designação.
Champignon de Paris: foi o primeiro cultivado na Europa e é o mais produzido no Brasil. Existe nas variedades marrom (Portobello) e branco, sendo este originário de uma mutação do marrom. É parente do Cogumelo do Sol, muito usado como suplemento alimentar.
Shimeji e Hiratake: pertencem ao mesmo gênero, Pleurotus, e são bastante parecidos. O que os difere é o ponto de colheita. O Shimeji é colhido ainda pequeno e o Hiratake quando atinge um tamanho um pouco maior.
Shiitake: muito consumido pelos povos asiáticos, ficou conhecido por aqui graças à culinária japonesa. É um dos cogumelos mais consumidos no mundo. Tem um ciclo de produção lento, o que o torna mais caro.
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