A apresentadora do canal GNT e culinarista Bela Gil revelou, em entrevista à Veja Rio, que comeu a placenta depois de dar à luz ao filho Nino, nascido em maio. Assim como ela, Kim Kardashian transformou a sua em cápsulas e Alicia Silverstone, a eterna patricinha de Beverly Hills, também teria usado o recurso após o parto.
Bela disse que ingeriu o órgão misturado com vitamina de banana, e que até Flor, a primogênita, bebeu o líquido. Embora reconheça que não há comprovação científica para a medida, Bela disse que ela é uma fonte incrível de nutrientes. O ato conhecido como placentofagia não é novo e não tem o aval da ciência.
Gislayne Nunes de Souza, ginecologista e obstetra do hospital Nossa Senhora das Graças, explica que além de não trazer benefícios à saúde a prática ainda pode ser prejudicial. “Por mais que você resfrie o órgão é possível que ele tenha algum tipo de contaminação ou infecção. É impossível você testar a sua qualidade”, explica. Na gestação, a função da placenta é a de fazer uma barreira entre a mãe e o bebê, responsável por proteção e nutrição.
Quando indagada pelo caso de Kim Kardashian, que optou por transformar o órgão em cápsulas, Gislayne explicou que a prática ficou comum nos anos 1960 com a promessa de funcionar como um agente anti-idade. Mas a prática caiu em desuso nos anos 1990 por falta de eficácia. “Eu não indicaria o consumo em hipótese alguma”, finaliza.
No ano passado, uma revisão de 10 estudos sobre o tema foi publicado pela Northwestern Medicine, dos Estados Unidos, no Archives of Women’s Mental Health, e nenhum deles foi capaz de comprovar a eficácia da ingestão da placenta para redução da depressão pós-parto, redução de dor, aumento de energia e auxílio na lactação, alegações comuns de quem adere à prática.