Saúde e Bem-Estar

Como evitar e aliviar os sintomas do “torrão”, a dolorida queimadura solar

Redação
02/01/2019 08:00
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Passar protetor solar sem economia é a melhor forma de manter a pele saudável. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo | Albari Rosa

Que o protetor solar é item indispensável na praia, todo mundo sabe. Mas só quem sentiu na pele as dores de um “torrão” bem tomado valoriza a importância dele durante o verão – principalmente nos dias em que o sol aparece escondido entre as nuvens. Afinal, o cenário que antecede as caretas de dor ao toque mais suave à pele queimada é quase sempre o mesmo:
Era um lindo dia de calor com sol ameno ou entre nuvens. Você observou aquela aparentemente baixa incidência de raios solares e achou desnecessário usar o protetor solar da maneira adequada. Mas o sol é ardiloso e, por isso, agora você tem uma pele com cor de tomate e textura de couro sintético quando começa a se desintegrar. Bem-vindo ao não tão seleto clube dos seres humanos que já tomaram um “torrão”.
Dermatologistas provavelmente ficariam arrepiados só de te ouvir rindo ao relembrar uma situação como essa. É que as consequências do famigerado torrão vão muito além da dor causada pela vermelhidão, como explica Paulo Ricardo Criado, coordenador do departamento de medicina interna da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Isso leva tanto a efeitos agudos, que seriam as queimaduras solares, quanto a efeitos crônicos, cumulativos para o DNA da pele. O efeito mínimo seria o envelhecimento precoce, como rugas, perda de elasticidade e afinamento. Mas também há um risco de desenvolver câncer de pele.”
No litoral paranaense, banhista apresenta sinais do famoso "torrão". Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
No litoral paranaense, banhista apresenta sinais do famoso "torrão". Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O especialista afirma que alguns estudos já demonstraram que a cada vez que uma criança sofre queimadura solar com formação de bolhas, duplicam as chances de que ela tenha um melanoma na vida adulta.

De acordo com a também dermatologista Annia Cordeiro, “o DNA das células da pele faz com que ela funcione de determinada forma. À medida que sofre essas mutações ele se desorganiza aos poucos. A mutação vai piorando até o ponto em que há uma desorganização completa. Esse é o surgimento do câncer”. Por isso, enquanto o vermelhão vai embora, uma parte desse dano nunca mais será reparada.
Banhistas tomam sol no litoral do Paraná: excesso de sol causa danos para todo o corpo. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Banhistas tomam sol no litoral do Paraná: excesso de sol causa danos para todo o corpo. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Como diminuir a ardência?

Criado detalha a complexa cadeia de acontecimentos que geram a dor. “A exposição à radiação UVB provoca dilatação dos vasos sanguíneos. Isso causa a vermelhidão e uma inflamação que vai lesar a epiderme e produzir o aumento de água na pele, daí o inchaço. Essas substâncias químicas ainda produzem estimulação dos nervos, o que gera a sensação de queimação e coceira.”
Torrão tomado, não há muito como desfazer o estrago. Mas algumas medidas podem ajudar a aliviar a dor:

Beba água

A primeira delas é pegar pesado na hidratação via oral, principalmente com água filtrada. Segundo o dermatologista, compressas de água fria – não gelada – também amenizam o problema. Há no mercado alguns medicamentos que ajudam no processo, mas elas só devem ser tomadas com receita médica.

Não economize nos cremes hidratantes

Cordeiro recomenda o uso de cremes hidratantes. “Também se pode usar aloe vera, a babosa. Ela é muito potente e ajuda bastante a diminuir a ardência no local.”

Repouse

Além das medidas diretas, cuidados secundários também podem facilitar a recuperação. “É preciso repousar, porque isso é um estresse metabólico, cardiovascular. Com a dilatação dos vasos sanguíneos, o sangue é dirigido para a pele, e não para as vísceras, onde deveria estar. Então o trabalho muscular excessivo pode acarretar problemas circulatórios que agravem o mal estar“, explica Criado.

Proteção nunca é demais

Como ressalta Criado, “para ter um metabolismo saudável nós precisamos de exposição solar por períodos de dez a 15 minutos, de duas a três vezes por semana. E, no máximo, na face, braços ou pernas, sempre entre as 11h e as 14h”. Depois desse limite, no mínimo sua pele vai se tornar precocemente envelhecida.

Uma vez que, na época do calor, as pessoas ficam muito mais tempo que 15 minutos ao sol, passar e repassar o filtro solar ao longo do dia ainda é a melhor forma de garantir que a pele não sofra os efeitos danosos do sol.

O dermatologista afirma que esses cremes precisam ter fator de proteção UVB de pelo menos 30 e UVA com intensidade de moderada a alta. E a aplicação não pode ser econômica.
O filtro tem que ser aplicado meia hora antes da exposição e reaplicado a cada duas horas. Após transpiração excessiva ou imersão, é recomendável que se reaplique o filtro, mesmo que ele seja resistente à água.” Usar roupas com fator de proteção solar é outra forma de diminuir os prejuízos para a pele.
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