Quando o hemograma, exame comumente solicitado pelos médicos nas primeiras consultas, mostra alterações nos valores dos glóbulos vermelhos, leucócitos, hematócritos, hemoglobina, plaquetas e na taxa de sedimentação de eritrócitos, esses podem ser sinais de problemas cardíacos. Confira quais outros exames são também indicados para identificar problemas do coração, de acordo com informações do cardiologista Costantino Costantini, diretor geral do hospital cardiológico Costantini.
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Exames de rotina e as principais condições
Alguns exames são comuns para a maioria dos pacientes que visita o médico cardiologista, como perfil lipídico, eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico. Cada exame analisa um aspecto da saúde do coração, e um sempre complementa o outro.
O perfil lipídico vai avaliar as dosagens de colesterol total, LDL (conhecido como o colesterol ‘ruim’) e HDL (colesterol ‘bom’) e triglicerídeos. O aumento desses parâmetros pode ter efeitos citotóxicos na parede das artérias. Portanto, são bons indicadores do risco de infarto do miocárdio ou de Acidente Vascular Cerebral (AVC) causado pelo bloqueio dos vasos sanguíneos ou endurecimento das artérias, também chamado de aterosclerose.
No caso do eletrocardiograma, o médico analisa o ‘traçado’ que o exame indicar, verificando por sequência de batimentos cardíacos, se o ritmo é normal e se a atividade cardíaca é rápida ou lenta. Também verifica indícios de doença coronária, doença das válvulas cardíacas e/ou alguma patologia congênita.
O ecocardiograma analisa todas as estruturas cardíacas, fluxo de sangue nas válvulas e em vasos do coração, identificando problemas nessas estruturas. Enquanto o teste ergométrico, ou teste de esforço, traz uma informação fiel das reservas das coronárias e do músculo cardíaco, com o paciente em atividade física.
O exame parece comum ou mesmo ‘simples’, mas o hemograma – solicitado pela maioria dos médicos nas primeiras consultas – consegue identificar problemas no músculo do coração, problemas no pericárdio, a membrana que cobre o coração e na válvula cardíaca, que representa problemas inflamatórios infecciosos. Tudo isso a partir da alteração nos valores dos glóbulos vermelhos, leucócitos, hematócritos,hemoglobina, alteração nas plaquetas e na alteração na taxa de sedimentação de eritrócitos.
Outro exame comum é da creatinina, que verifica o funcionamento dos rins. Como o coração e os rins funcionam de forma paralela – coração bombeia sangue até os rins para que estes possam filtrá-lo, a análise da função renal é importantíssima para os pacientes com condições cardíacas. Se o exame de creatinina vem alterado, pode indicar um dano importante no coração, como insuficiência cardíaca.
Níveis certos
Um dos indicadores mais comuns de risco para o coração é o resultado muito alto no exame de colesterol. Mas, qual valor realmente representa um perigo? Se o colesterol total estiver acima de 130 mg/dl, é preciso ficar alerta. “Colesterol é uma substância gordurosa encontrada naturalmente no seu corpo, que tem o papel vital de manter cada célula do corpo funcionando adequadamente. Entretanto, o acúmulo de colesterol no sangue pode aumentar o risco de doenças do coração”, explica Costantino.
Quando o exame indica alteração nos índices de glicemia, geralmente está relacionado a pacientes com diabetes. Essas pessoas têm 40% a mais de risco de sofrer um enfarte, no caso dos homens, e 50% no caso das mulheres, em comparação aos não diabéticos.
Outras condições de risco são potencializadas nos diabéticos, como pressão alta e colesterol elevado. Esses fatores de risco podem levar ao desenvolvimento da aterosclerose, que é a formação de placas de gordura nas paredes das artérias, causando uma obstrução da passagem do sangue, ocasionando a angina e, no caso do rompimento de uma das placas de gordura, o infarto agudo do miocárdio.
Números importantes
Mantenha os níveis de colesterol total entre 120-130 mg/dl;
HDL (colesterol bom): +/- 40-45 mg/dl;
LDH (colesterol ruim): 60-70 mg/dl;
Triglicerídeos menor que 100 mg/dl;
Níveis de glicemia dentro dos valores normais 70-100 mg/dl;
Ácido úrico 3,5 a 7,2 mg/dl
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