Saúde e Bem-Estar

Saiba o que é e como tratar a candidíase, infecção comum no verão

Amanda Milléo
09/01/2018 07:00
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(Foto: Bigstock)

Você foi à praia pela manhã e, na hora do almoço, deixou o biquíni molhado secar no corpo. Ao final do dia, ou mais tarde, se tiver sorte, você poderá sentir uma coceira na região íntima, seguida de ardência e um corrimento pastoso. Possivelmente é a candidíase, infecção fúngica conhecida de 3 a cada 4 mulheres, cuja presença aumenta na época de calor.
Isso porque no verão os fatores que predispõem à proliferação da cândida são mais frequentes: calor, umidade (a sudorese é mais frequente) e as idas constantes à praia e piscina, sem o cuidado adequado da região íntima. Sair da água e não colocar uma calcinha seca pode ser a pior atitude neste verão.
“A prevenção se dá pela adoção de alguns hábitos protetores, como usar roupas mais adequadas. Ao invés de uma calça jeans apertada, peças com tecidos mais leves e ventilados, além de saias e vestidos. A roupa íntima também exige atenção. Opte por calcinhas que favoreçam a transpiração, e evite as de lycra, como os biquínis”, explica André de Paula Branco, médico ginecologista obstetra, especialista em reprodução humana, do hospital Santa Cruz e da clínica de reprodução humana Embryo.
Manter uma alimentação adequada e sempre hidratar-se também são essenciais para manter a candidíase longe, segundo o especialista. Dos fatores que mais influenciam na proliferação do fungo, a baixa da imunidade é o principal.
“A candidíase é uma patologia extremamente relacionada à imunidade. Tudo que diminui a nossa imunidade pode favorecer a doença. O fungo é comumente encontrado na vagina, mas está em equilíbrio. Mas se algo diminui as defesas do organismo, ele se prolifera”, reforça o médico.
Sintomas
Dos sinais mais comuns da doença, confira abaixo os principais:
– Irritação na região íntima, especialmente vulva.
– Mucosa da vulva e da região dos lábios avermelhada e irritada.
– Sensação de prurido ou coceira.
– Corrimento pastoso, na cor branco ou amarelado, com a formação de resíduos.
– Fissuras, arranhaduras ou pequenos cortes na região da vulva (podem ocorrer caso a pessoa se coce).
– Desconforto no ato sexual.
“Os sintomas da candidíase, porém, nem sempre são iguais para todas. Às vezes a mulher tem a infecção, mas não sente a coceira vaginal ou o corrimento. É importante, portanto, sempre buscar o médico”, reforça o especialista.
Tratamento: mudanças de hábitos e medicamentos
De nada adiantar a mulher tomar os remédios indicados para o tratamento da candidíase (que normalmente são cremes ou comprimidos vaginais, além de comprimidos via oral), se ela também não promover uma mudança de hábitos.
“Caso a imunidade continue baixa, a mulher continue estressada, com uma alimentação inadequada, usando roupas molhadas, a candidíase volta a aparecer. Dificilmente a infecção desaparece sozinha e, geralmente, o desconforto é muito grande”, explica André Branco, médico ginecologista.
Caso o parceiro também venha a desenvolver sintomas, o tratamento também é indicado. Do contrário, não é preciso. No caso de recorrência da doença, o médico indicará um tratamento mais incisivo.
“A candidíase pode trazer consequências maiores para a questão reprodutiva. Ela pode abrir portas para infecções mais graves, que podem trazer sequelas ao trato genital superior, que não ficam restritas à vagina, mas também ao útero ou as trompas”, alerta Branco.
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