Saúde e Bem-Estar

12 ‘superbactérias’ precisam de novos antibióticos, diz OMS

AFP
01/03/2017 14:00
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(Foto: Bigstock)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta segunda-feira (27) uma lista de 12 famílias de bactérias resistentes aos tratamentos atuais e instou o desenvolvimento de novos antibióticos para combatê-las. As bactérias seriam resistentes inclusive aos antibióticos mais recentes e são responsáveis pela maioria das infecções hospitalares.
Os chamados “patógenos prioritários” provocam infecções no sangue, nos pulmões, no cérebro e no trato urinário que podem ser fatais. “A resistência aos antibióticos está crescendo, e estamos ficando rapidamente sem opções de tratamento”, disse Marie-Paule Kieny, assistente do diretor-geral da OMS.
“Se deixamos este assunto para as forças do mercado, os novos antibióticos que precisamos urgentemente não serão desenvolvidos a tempo”, afirmou a especialista.
A OMS insta os governos a incentivarem o financiamento público e privado para lutar contra estas “superbactérias”. A agência da ONU alertou anteriormente que se não houver ação para resolver o problema, o mundo estará condenado a uma era “pós-antibióticos”, na qual infecções comuns e pequenas feridas voltarão a ser fatais.
Como isso aconteceu?
As bactérias podem se tornar resistentes quando o paciente não toma corretamente os antibióticos. Estas infectam através do contato direto com outras pessoas, os animais, a água e o ar. Quando os antibióticos mais comuns não funcionam, se recorre a outros tratamentos mais caros e longos, que com frequência requerem hospitalização.
As bactérias destacadas pela OMS foram selecionadas, entre outros critérios, segundo o grau de severidade das infecções que causam, a facilidade com que se propagam e quantos antibióticos eficazes restam para combatê-las. Em setembro, um estudo britânico afirmou que as bactérias resistentes poderiam “matar até 10 milhões de pessoas por ano até 2050, ou seja, tanto quanto o câncer”.
A lista está dividida em três categorias, segundo sua prioridade: crítica, alta e média.
A primeira inclui “superbactérias” resistentes aos antibióticos carbapenêmicos, o última recurso para infecções potencialmente mortais que com frequência se propagam em hospitais, asilos e entre pacientes que precisam de respiradores e cateteres.
Em janeiro, uma mulher americana morreu devido a uma infecção resistente aos 27 antibióticos disponíveis, causada pela Enterobacteriaceae, incluída na lista da OMS.
A segunda e terceira categorias incluem bactérias que causam doenças “mais comuns”, como gonorreia e salmonela. A tuberculose não foi incluída na lista da OMS porque já existem programas de financiamento para desenvolver novos antibióticos, afirmou a organização.
A lista será examinada junto a especialistas em saúde do G20, reunidos em Berlim nesta semana.
“Os novos antibióticos contra esta lista prioritária de patógenos ajudarão a reduzir o número de mortes devido às infecções resistentes no mundo”, disse Evelina Tacconelli, da Universidade de Tuebingen, na Alemanha, que participou na elaboração do documento.
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