Sem água boricada! Confira os tipos de conjuntivite e como tratá-los
Amanda Milléo
26/06/2019 18:17
Viral, bacteriana ou alérgica: tratamento e tempo de duração depende do agente infeccioso. Foto: Bigstock.
A sensação de que um saco de areia foi depositado em seus olhos durante a noite não deixa dúvidas: a secreção que não permite abrir as pálpebras com facilidade e os olhos avermelhados confirmam a conjuntivite.
Saber qual é o agente infeccioso é essencial para adaptar o tratamento e determinar o tempo de recuperação e de isolamento, quando necessário.
Viral
Segundo a médica oftalmologista Tania Mara Cunha Schaefer, o tipo mais comum é a conjuntivite viral, especialmente a ceratoconjuntivite adenoviral, que ocorre principalmente nos inícios das estações e em surtos.
Além de afetar os dois olhos, o vírus também pode causar febre e faringite. Em 15 dias, o olho e o restante do organismo voltam ao normal. Como não há um tratamento específico, compressas geladas e lágrimas artificiais ajudam a aliviar o incômodo, normalmente indolor. Também é possível usar lubrificantes sem conservantes e, em alguns casos, anti-inflamatórios não hormonais.
Bactéria
A conjuntivite bacteriana aguda normalmente começa em um olho e, em até dois dias, acomete o segundo. Sentir uma sensibilidade maior na presença de luz pode indicar que o agente causador tem origem bacteriana.
Mesmo resolvendo espontaneamente entre 10 a 14 dias, a conjuntivite pode receber um tratamento com antibióticos de amplo espectro para reduzir a possibilidade de complicações. Além disso, os cuidados com a higiene – separar toalhas e outros objetos pessoais – devem ser reforçados.
Alérgica
Algumas alergias se manifestam por conjuntivites e estão relacionadas a alérgenos conhecidos, como pelos de animais e pólen. Os sintomas são os mesmos, vermelhidão e prurido ocular.
Também podem desencadear as crises o uso inadequado de lentes de contato, ambientes poluídos – como o ar condicionado sem manutenção, com alteração na temperatura e umidade relativa do ar – e a poluição atmosférica.
Segundo a oftalmologista Denise Atique Goulart, a prevenção se dá evitando contato com os fatores alérgicos, enquanto o tratamento vai desde colírios lubrificantes, antialérgicos ou anti-histamínicos, a antialérgicos corticoides, em casos mais graves. A garganta e o nariz também são acometidos nesses casos.
O uso de água boricada para a limpeza das pálpebras não é recomendado pelos oftalmologistas, apesar de a prática ser comum. “O ácido bórico pode causar alergias, piorando o aspecto dos olhos, enquanto o soro fisiológico, também muito comum, contém sal que irrita bastante a pele”, explica Denise Atique Goulart.
O uso de corticoides e antibióticos sem prescrição médica também pode ser prejudicial para o tratamento. “Quando a pessoa se automedica corre o risco de mascarar o quadro”, diz Tania Schaefer. A melhor forma de limpar os olhos é usar um algodão molhado em água filtrada ou fervida, mas sempre gelada, que ameniza o incômodo.
Precaução
Evitar coçar os olhos e manter os ambientes de trabalho arejados e higienizados reduzem o risco de contaminação. Limpe teclados e mouses do computador e os celulares.
Imunidade
Baixa imunidade é um fator que aumenta a predisposição. Crianças estão mais predispostas por levarem as mãos aos olhos e por terem o sistema imunológico ainda em desenvolvimento.
Confirme
lho vermelho nem sempre é sinal de conjuntivite. Outras doenças, mais graves, podem confundir, como a esclerite, glaucoma, uveíte, episclerite e pingueculite. Consulte um oftalmologista!