Saúde e Bem-Estar

Avril Lavigne fala sobre luta contra doença de Lyme; conheça os sintomas

Estadão Conteúdo
06/02/2019 11:28
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Aos 34 anos, cantora fala em novo álbum sobre a luta que trava com a doença: "Minha música ajudou a me manter viva". Foto: Reprodução Instagram

Avril Lavigne usou o perfil dela no Instagram para publicar uma prévia da canção “Warrior” nesta terça-feira, 5. A cantora, de 34 anos, fala sobre a luta que trava contra a doença de Lyme. “Esta é uma das primeiras músicas que eu escrevi para o álbum depois de Head Above Water. Ambos são sobre a batalha da saúde que continuo a lutar todos os dias. Espero que minhas músicas possam ajudá-lo a encontrar força, se você precisar”, escreveu na legenda do vídeo.
Avril Lavigne ressaltou que contou com ajuda de muita gente para conseguir concluir o álbum, que será lançado no dia 15 de fevereiro, e voltar para a música. Ela não lançava uma música nova desde “Fly”, há quatro anos.
Em setembro de 2018, ao anunciar que iria lançar o álbum, a cantora deu detalhes sobre o retorno ao mundo da música.

“Eu tinha aceitado a morte e podia sentir meu corpo se desligando. Eu sentia como se estivesse me afogando. […] Minha mãe me segurou. Em seus braços, eu escrevi a primeira música que estou lançando para contar a minha história.”

Avril Lavigne desabafou: “Decidi ser verdadeira em meu novo single, mais aberta e vulnerável do que jamais havia sido antes. E, para ser honesta, parte de mim não quer falar sobre estar doente porque eu quero deixar tudo isso para trás, mas eu sei que tenho que fazer isso”.
A cantora revelou que escreveu novas músicas ainda sofrendo com a doença: “Escrevi músicas na minha cama e no sofá, e as gravei lá na maioria das vezes, também. […] Minha música ajudou a me curar e me manter viva.”
Doença é transmitida por carrapato
A Doença de Lyme ganhou repercussão e atenção da mídia do mundo inteiro após acometer a cantora canadense. A doença leva esse nome por conta dos diversos casos que ocorreram em 1997 na cidade de Lyme, em Connecticut (EUA). Pelo fato de um dos principais sintomas ser inchaço e dor nas articulações, acreditava-se que era artrite. Porém, como os casos eram agudos (os sintomas desapareciam) e afetavam apenas adolescentes, os pacientes foram estudados e a doença de Lyme foi descoberta.
Avril Lavigne, de 30 anos, contraiu a doença há quatro anos. Segundo ela contou em entrevista, a descoberta foi chocante: “Eu pensei que estava morrendo. Não tinha ideia de que uma mordida de carrapato poderia fazer isso”, declarou. Ela revelou ainda o que sentiu e o quanto o tratamento é penoso: “Definitivamente, houve vezes em que não podia tomar banho por uma semana inteira, porque mal podia suportar a dor. Parecia que toda a minha vida estava sendo sugada para fora de mim”, comparou.
A doença de Lyme é mais comum nos EUA e em algumas regiões da Europa, principalmente nas áreas rurais. No Brasil, a incidência é rara — porém, é preciso ficar atento a outras infecções tão graves quanto, também causadas pela picada de carrapato, como a febre maculosa, por exemplo.
Febre maculosa
Por serem muito pequenos, os carrapatos são difíceis de identificar. Na foto, o carrapato-estrela é o causador da febre maculosa, mais comum no Brasil. Foto: divulgação SESA
Por serem muito pequenos, os carrapatos são difíceis de identificar. Na foto, o carrapato-estrela é o causador da febre maculosa, mais comum no Brasil. Foto: divulgação SESA
A febre maculosa brasileira é transmitida pelo carrapato da espécie Amblyomma cajennense, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, e os transmissores podem parasitar qualquer animal, desde os de grande porte aos domésticos – as capivaras são o maior hospedeiro natural dos carrapatos. Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo concentram as bactérias mais letais, mas as formas menos violentas podem aparecer em outras regiões.

Febre, dor de cabeça, tontura e dor nas articulações são alguns sinais de alerta, mas como eles aparecem de forma branda e são semelhantes a outras infecções, podem retardar o tratamento e agravar o quadro. As máculas eritematosas (origem do nome da doença) na pele, que são manchas avermelhadas, também podem aparecer logo no início.

Sinais de alerta

Os carrapatos mais jovens são os vetores mais perigosos, pois por serem muito pequenos são facilmente confundidos com um mosquito. A manifestação da doença aparece de duas a quatro semanas após a picada e, muitas vezes, a pessoa nem lembra ou sabe que foi picada por um carrapato. Além disso, os sintomas comuns a outras infecções acabam confundindo o diagnóstico.
Em ambientes rurais ou onde a incidência dos carrapatos seja maior, examine seu corpo em pequenos intervalos de tempo, pois para transmitir a doença eles precisam ficar pelo menos quatro horas agarrados à pele. Além disso, prefira roupas claras, para enxergá-los com mais facilidade.
Os transmissores de febre maculosa podem parasitar qualquer animal, sem restrição. Diferentemente das pessoas, os animais não apresentam sinais clínicos da doença, apenas muita coceira. O carrapato não morre, mas fica menos ativo no inverno frio e seco. A precocidade do diagnóstico é imprescindível para o tratamento, à base de antibióticos. Não há contágio de uma pessoa para outra e nem vacina.
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