Exame identifica metais pesados no organismo por meio da leitura da mão
Amanda Milléo
29/10/2017 18:00
(Foto: Bigstock)
Tal como uma quiromante, existe no mercado um aparelho que consegue “ler”, a partir da palma da mão do paciente (ou pé, se for preciso), a falta ou excesso de 20 diferentes minerais e a presença de 14 metais pesados, além do futuro do paciente. Ou, pelo menos, os riscos de desenvolver diferentes doenças crônicas, como diabetes e alergias.
Chamado de mineralograma, ou Oligoscan (nome comercial), o aparelho faz uma avaliação a partir de quatro pontos na palma da mão. A análise demora segundos e, deste espaço limitado, ele consegue ver as substâncias encontradas em um meio intracelular – o que o diferencia de um exame de sangue tradicional.
“O exame pedido regularmente pelos médicos só consegue identificar as deficiências ou excessos de minerais e metais pesados quando estão em uma fase avançada. Já o aparelho vê, a partir do comprimento de onda emitido por cada mineral, a quantidade certa, mesmo que a deficiência ainda seja pequena”, explica Márcia Simões, médica da clínica Eden, em Curitiba, que oferece o exame aos pacientes.
(Foto: reprodução site oficial da Oligoscan)
Foi nesta clínica que o Viver Bem testou o equipamento e a repórter descobriu que está deficiente em magnésio, silício, cromo, molibdênio e enxofre, além de ter alumínio, prata e cádmio em excesso no organismo. Por outro lado, a predisposição para diabetes e alergias está bem controlada, bem como as funções cognitivas, a reparação tecidual e o sistema imunológico.
“É muito difícil quem não tenha alumínio em excesso, pois é um metal presente em vários produtos e cosméticos, desde desodorantes a cremes. Da mesma forma a prata. Já o cádmio está muito relacionado à alimentação, pois é encontrado em agrotóxicos. Hoje, mesmo alimentos orgânicos não estão isentos de agrotóxicos”, explica a médica.
Em resposta à matéria do Viver Bem, a Associação Brasileira do Alumínio enviou uma declaração, na qual diz que “o alumínio é um material reconhecidamente adequado para uso em utensílios que entram em contato direto com alimentos, sem nenhum efeito nocivo ao organismo humano, conforme atesta aFood and Drug Administration (FDA), órgão oficial de saúde dos Estados Unidos e a ANVISA, no Brasil”. A entidade completa: “Segundo pesquisa do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA), do Instituto de Tecnologia de Alimentos do Estados de São Paulo, baseada no modo de preparo e nos hábitos alimentares da população brasileira, a quantidade de alumínio transferido para os alimentos em duas refeições diárias corresponde a apenas 12,25% do limite de ingestão diária, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”.
Feito o diagnóstico dos desequilíbrios, a especialista sugere os tratamentos mais eficazes, que perpassam uma mudança nos hábitos alimentares (fundamental para que alguns dos metais não voltem ao organismo), bem como tratamento medicamentoso via oral ou mesmo via endovenosa.
“Em alguns pacientes, a deficiência é tão grave que precisam de um tratamento mais rápido que os medicamentos de via oral. Estes passam pelo esôfago, estômago, aí são absorvidos no intestino e levam um tempo até surtir efeito”, explica Márcia.
Nestes casos, a reposição chega a ser semanal, até quatro semanas, e depois o tratamento é mantido via medicamentos orais.
No caso da repórter, a mudança na alimentação é essencial – principalmente diminuir de forma drástica os industrializados. “O tratamento pode ajudar até mesmo no metabolismo que, embora esteja em um nível aceitável, pode prejudicar se quiser perder peso. É isso que diferencia uma pessoa que consegue perder 10 kg de outra que, no mesmo período, perde apenas 4 kg”, sugere a médica à repórter.
(Foto: reprodução site oficial Oligoscan)
Exames em laboratório também avaliam minerais e metais pesados
Para descobrir as deficiências em minerais e a presença de metais pesados, não é necessário fazer o exame via aparelho de mineralograma, que chega a custar R$ 500.
Alguns laboratórios de análises clínicas oferecem a mesma avaliação, dividida em pelo menos 34 exames diferentes, e chega a custar R$ 625 (valor orçado pelo laboratório LANAC). No entanto, em geral, esses exames não são cobertos por planos de saúde.