Menino de 6 anos engole peça de spinner em Curitiba e mãe faz alerta
Redação
14/06/2017 15:21
Garoto engoliu a peça de metal no segundo dia que estava com o brinquedo. Raio x mostrou a peça alojada no intestino. Foto: Arquivo pessoal
Depois de ceder ao pedido do filho João Victor, de seis anos, e presenteá-lo com um fidget spinner, a doceira Caroline Amorim, de 35 anos, disse que “gostaria de voltar atrás”. O garoto ganhou o brinquedo no último domingo (11) e na segunda-feira (12), ao colocar o brinquedo na boca, uma peça de metal se soltou, fazendo com que o garoto sufocasse. O caso aconteceu em Curitiba.
“Eu estava em outro cômodo da casa quando escutei ele tossindo. Fui acudir e percebi que ele tinha engolido a peça, que estava faltando no brinquedo”, conta. Caroline imediatamente levou o garoto para o pronto socorro Ônix, da Clinipan, e a radiografia constatou que a peça já estava alojada no caminho do intestino e poderia sair naturalmente, na evacuação. “O médico nos alertou que foi ‘sorte’ porque a peça poderia ter se alojado em algum outro órgão, o que poderia causar vários problemas”, relata.
A peça engolida tem o tamanho de uma moeda de cinco centavos. “Eu li sobre o brinquedo e achei que podia ajudar meu filho, mas acho que todas as mães deveria ficar alertas para esse tipo de acidente. É preciso ter cuidado com o brinquedo”, diz.
Segundo a mãe, o menino tem diagnóstico de hiperatividade e por isso ela cedeu ao pedido do filho e comprou o spinner.
O fidget spinner está sendo usado, em muitos casos, para amenizar a ansiedade das crianças. A ONG Criança Segura, que atua em todo o Brasil com o objetivo de promover a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes, informou que é contrária ao uso dos spinners por crianças.
“Já existem diversos relatos de acidentes que aconteceram fora do Brasil e agora aqui. A recomendação é não usar o brinquedo”, informou a ONG, por meio da assessoria de imprensa, ao Viver Bem.
Fidget spinner foi feito para trazer a “paz mundial”
O brinquedo foi criado pela norte-americana Catherine Hettinger, em 1993, com o objetivo de tranquilizar as pessoas e com a pretensão de trazer a “paz mundial”, pois quem usa pode ficar mais calmo. O brinquedo parou de ser produzido por falta de recursos, mas em duas décadas virou febre em vários países, incluindo o Brasil.
O spinner tem um mecanismo simples. Com três pontas em formatos de círculos que rotacionam, as peças giram em torno de um centro giratório quando o objeto é impulsionado. São várias cores e figuras que provocam diferentes visuais.
Para o neuropediatra Antônio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe, é preciso tomar cuidado já que não existe nenhuma base científica ligada ao brinquedo. Ele explica que o movimento faz com que a criança coloque o foco da atenção no brinquedo, criando a capacidade de abstrair – mas nada diferente dos outros brinquedos que têm a mesma finalidade. Ainda assim, nesse caso, ele pode ser útil para quem tem déficit de atenção.