Vinho e outros 4 hábitos simples que aumentam a expectativa de vida em até 10 anos
Rodrigo Batista, especial para a Gazeta do Povo
02/07/2018 12:00
Beber uma taça de vinho por dia é um deles, segundo mostra pesquisa americana. Foto: Bigstock
Um estudo liderado pela médica Yabping Li, da Harvard T.H. Chan School of Public Health, em Boston (EUA), sugere que a adoção de cinco hábitos de vida na meia-idade (período que vai dos 35 aos 58 anos, segundo pesquisa realizada na Universidade de Kent, na Grã-Bretanha) pode prolongar a expectativa de vida de um norte-americano em até dez anos. As dicas, obviamente, servem também para os brasileiros. O estudo foi publicado em abril no periódico Circulation.
De acordo com a pesquisadora, até mesmo a adoção de apenas um desses hábitos faria uma pessoa viver cerca de dois a três anos mais. A Gazeta do Povo conversou com os médicos geriatras Débora Cristina de Alcântara Lopes, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), e Gilmar Mereb, médico associado à Associação Médica do Paraná (AMP), que comentaram cada uma das práticas:
1 – Ter uma dieta rica e moderada
Pessoas na meia idade devem fazer dietas nutritivas e evitar exageros. As refeições precisam ser ricas em carboidratos (desde que a opção seja por produtos integrais), proteínas, gorduras de origem vegetal, frutas e verduras. “Comer moderadamente contribui para a saúde. Exclua refrigerantes e fast foods. Os sucos são bem-vindos”, diz Gilmar Mereb.
2 – Beber uma taça de vinho por dia
O vinho tem substâncias antioxidantes como o resveratrol, que trazem benefícios para o organismo (quem bebe moderadamente vive mais e tem menos riscos de doenças cardiovasculares). A geriatra Débora Cristina, do HC, explica que é mais benéfico o consumo em quantidades moderadas de vinho tinto — o vinho branco não tem quantidades consideráveis de substâncias antioxidantes. Outras bebidas alcoólicas podem causar dependência e o consumo excessivo coloca a pessoa em risco de câncer, doenças cardíacas e osteoporose.
3 – Ficar longe do cigarro
Os malefícios do cigarro são amplamente conhecidos, por causa de doenças cardíacas e pulmonares, além do desenvolvimento de diversos tipos de câncer. De acordo com a geriatra do HC, um fumante pode apresentar diminuição de dois a três anos na expectativa de vida em relação a outra que nunca fumou. Um ano após largar o cigarro o ex-tabagista tem reduzidas as chances de desenvolver doenças cardíacas em até 50%. Porém, somente passados 15 anos sem cigarro é que as chances de desenvolver câncer de pulmão tornam-se praticamente as mesmas de quem nunca fumou.
4 – Manter o IMC na faixa da normalidade
A boa alimentação influencia no peso corporal: na pesquisa publicada no periódico Circulation, uma das dicas para aumentar a longevidade é que o Índice de Massa Corporal (IMC) fique entre 18,5 e 24,9 kg/m³ na meia-idade. Como explica Gilmar Mereb, “quando o IMC está alterado pode gerar sobrepeso, o que diminui a expectativa de vida e aumenta as chances de diabete, câncer, osteoporose e hipertensão”.
5 – Exercitar-se sempre
Fazer atividades físicas frequentes impacta positivamente na saúde. Uma das dicas de Gilmar Mereb é que os exercícios sejam feitos de forma planejada e sistemática, voltados para o condicionamento do corpo. Ele cita como exemplos as caminhadas, subir e descer escadas e correr (quando indicado). “Com o passar dos anos, a perda de massa muscular é maior. Se a pessoa mantiver os exercícios de equilíbrio e tonificação, a qualidade de vida vai ser melhor”.
Associado aos exercícios físicos, o especialista menciona que em alguns casos é interessante o uso de suplementos alimentares com proteínas, a base de albumina, aminoácidos e vitaminas, que contribuem na saúde e na manutenção dos músculos.