Lavador nasal é recomendado por médicos e promete aliviar rinite e sinusite
Mariana Ceccon, especial para Gazeta do Povo
07/06/2019 08:07
O higienizador é originário da índia e pode ser feito de vidro, cerâmica ou plástico. Foto: Bigstock
Você já deve ter se deparado com essa estranha cena, seja ao vivo ou navegando pela internet: um vaso com bico fino encaixado em uma das narinas, enquanto um filete de água escorre pela outra.
A lavagem ou higienização nasal pode parecer em um primeiro momento algo bizarro, para quem não conhece a prática, mas os especialistas garantem que esse é um ótimo jeito de prevenir crises de rinite ou sinusite, gripes e resfriados.
Os exóticos jarros de origem indiana são comercializados com diversos nomes. Neti pot, lota e higienizador nasal (para as versões mais modernas), são os mais comuns. Variados também são os materiais de composição, que vão de plástico e cerâmica a até vidro.
A ideia é que o bico fino despeje pouco a pouco soro fisiológico dentro das fossas nasais, percorrendo todo o caminho de interligação entre as narinas. A passagem do soro ajuda a limpar o canal da presença de ácaros, poluição e secreções.
“Pode ser feito desde recém-nascido até na velhice. A lavagem nasal com soro é extremamente benéfica e sem riscos”, comenta o otorrinolaringologista Fabrizio Romano, vice-presidente da Academia Brasileira de Rinologia.
“Como forma de prevenção é recomendado fazer o procedimento uma vez ao dia. Para quem tem sinusite aguda, o indicado é fazer mais vezes”, ressalta.
A higienização com soro não é novidade nos consultórios, mas o que tem mudado é o método de aplicação. O que antes era feito com seringas ou sprays, agora conta com o auxílio os higienizadores.
“Todos esses dispositivos são jeitos de fazer o soro chegar até o nariz e não diferem um dos outros. O caminho é o mesmo. O que sabemos, no entanto, é que quanto maior for o volume de soro usado, mais efetiva é essa lavagem. Então não é necessária a pressão de uma seringa, por exemplo e sim que a quantidade seja abundante para lavar todo o nariz”, complementa Romano.
Para usar um desses dispositivos, os especialistas recomendam soro fisiológico comprado nas farmácias ou feito em casa, na proporção de uma colher rasa de café de sal (4,5 gramas) para cada 500 mililitros de água filtrada.
O otorrinolaringologista Diego Malucelli diz que o ideal é que a água esteja em temperatura ambiente ou no máximo a 36°C, mesma temperatura do corpo. “Para usar em crianças é recomendado que os pais coloquem-nas sentadas”, acrescenta.
Um dos principais fabricantes dos higienizadores no Brasil, a empresa Lota, também recomenda inclinar a cabeça para usar o neti poti e manter a respiração exclusivamente pela boca, não inspirando o líquido e nem deixando que ele desça até a garganta.
“Terminando o processo com uma narina, assoe e empurre qualquer água que tenha ficado retida, antes de repetir o processo com a outra narina”, escrevem os fabricantes.
De acordo com a empresa, a prática ajuda a afinar o muco, ajudando-o a fluir pelas cavidades nasais. “As células da mucosa nasal possuem pequenas estruturas, chamadas cílios, que são responsáveis por empurrar o muco na direção da garganta, para ser engolido, ou rumo ao nariz, para ser assoado. O uso da solução salina ajuda a aumentar a velocidade e coordenação desses cílios, promovendo a remoção do muco e, com ele, os alergênicos e irritantes que causam problemas respiratórios”, traz o explicativo divulgado pela empresa.
No Brasil, para adquirir um desses higienizadores os interessados acabam recorrendo a encomendas pela internet, com valores de variam de R$ 40 a R$ 80, em média. A maior parte desses recipientes é comercializada por lojas de produtos naturais e especializadas em ayurveda, a filosofia que trata da harmonia entre o corpo e a mente através de hábitos sudáveis, recursos naturais, medicação e técnicas corporais.