Saúde e Bem-Estar

Homens podem ter câncer de mama? Sim! Veja como prevenir

Estadão Conteúdo
12/10/2016 20:30
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(Foto: Bigstock)

Mulheres são majoritariamente afetadas pelo câncer de mama, com 57 mil novos casos esperados para 2016, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A doença, porém, não se restringe a elas, embora entre eles seja uma condição rara. A glândula mamária masculina é geralmente atrofiada, com baixa produção de hormônios femininos, e apenas 1% dos casos são diagnosticados em homens.
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O câncer que atinge homens e mulheres é basicamente o mesmo, segundo Marcelo Bello, diretor médico do Inca. Mas, no caso deles, há algumas particularidades. Devido à demora no diagnóstico, 72% dos casos são identificados já nos estágios 2 e 3. “Pelo fato de não ser uma doença comum, o homem não tem o hábito de olhar para as suas mamas. Normalmente, quando ele descobre, o câncer já está evoluído”, afirma. Em 2013, segundo o Inca, 181 homens morreram com a doença no Brasil.
A ideia do senso comum de que o homem não tem mas é o que mais dificulta a prevenção e o tratamento, de acordo com Cristiane Nimir, médica associada ao Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo. “As pessoas acreditam que o mastologista é médico apenas para mulheres e, por isso, há um preconceito e uma resistência masculina em procurar ajuda.”
Sintomas diferentes? 
Assim como nas mulheres, os sintomas são o aparecimento de nódulos na região das mamas e abaixo das axilas, além de secreção nos mamilos. “Para o homem, é mais fácil perceber um nódulo porque a sua glândula mamária é muito menor. Caso ele sinta alguma alteração nessas regiões, é preciso buscar um mastologista”, afirma Max Senna Mano, chefe do Grupo de Câncer de Mama do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Segundo ele, em cinco anos, foram encontrados 33 casos da doença no Instituto.
Fatores de risco
Geralmente, o câncer de mama masculino atinge homens mais velhos, a partir dos 60 anos. Em alguns deles, a doença está ligada a mutações genéticas e, por isso, é preciso investigar se existe uma predisposição familiar. “A conscientização dos homens é muito importante para identificar casos ligados a mutação de genes. Todo paciente que tiver um histórico de câncer de mama na família precisa avaliar essa possibilidade e conhecer os riscos”, aponta Bello.
Além disso, a doença pode estar relacionada com o aumento de hormônios femininos no corpo, o uso de determinados medicamentos, como antidepressivos e remédios para o câncer de próstata, e também com a obesidade. “O aumento da gordura abdominal é um fator extremamente importante ligado ao câncer de mama, já que aumenta a produção de hormônios como estrógeno e progesterona”, comenta Cristiane.
Tratamento
O tratamento é o mesmo para homens e mulheres e pode incluir a mastectomia, quimioterapia, radioterapia ou até mesmo bloqueadores hormonais. Além disso, existe também a chamada “terapia alvo”, um novo tipo de tratamento que usa substâncias para identificar e atacar especificamente as células cancerígenas, provocando menos efeitos colaterais no paciente.
“É importante que os pacientes perguntem ao médico sobre os tipos de tratamento para que ele seja mais individualizado. Por mais que os tumores sejam parecidos, dentro de cada organismo eles funcionam de maneira diferente”, finaliza Cristiane.