Saúde e Bem-Estar

Low Pressure Fitness, o método do “respire e encolha” que promete barriga negativa

Marina Mori
17/07/2017 09:00
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Encolher a barriga do jeito certo e respirar de um modo específico durante cinco minutos ao dia. Essa é a maneira mais simples de explicar como funciona o Low Pressure Fitness (LPF), método que conquistou Gisele Bündchen, Adriana Lima e muitas outras famosas em busca da barriga negativa. Inspirado na técnica hipopressiva criada pelo fisioterapeuta belga Marcel Caufriez na década de 80, o LPF é uma marca registrada pelo espanhol Piti Pinsach.
A princípio, a técnica foi criada para ajudar na recuperação de mulheres no pós-parto, em especial as que sofreram com a diástase – quando a musculatura da barriga se rompe, causando desconforto e aparência de flacidez. Mas os resultados – melhora do tônus muscular e diminuição da circunferência abdominal – foram tão eficazes que conquistaram o mundo. Hoje, a técnica da barriga negativa é sucesso entre pessoas de todas as idades.
“Tenho alunas de 12 a 80 anos que buscaram a técnica tanto por questões posturais quanto por estética”, conta Carol Lemes, embaixadora do método no Brasil e diretora dos cursos de formação. Em agosto, a especialista estará em Curitiba para formar mais uma turma de instrutores. A única academia da capital que oferece as aulas é a Companhia Athlética, mas há profissionais que dão cursos particulares.
Como funciona
O LPF é a união da respiração Uddiyana Bhanda, do yoga, e da Reeducação Postural Global, o RPG. “A prática gera o reposicionamento dos órgãos internos, diminuindo a pressão sobre eles e mantendo uma postura alinhada naturalmente”, explica Carol.
Em geral, as pessoas têm o hábito de projetar a barriga para frente ao ficarem em pé. Por conta disso, quando os órgãos voltam à posição normal os músculos se tonificam “para trás”; daí a expressão “barriga negativa”.
Segundo a especialista, logo nas primeiras aulas é possível sentir a diferença, mas em três meses é que a mudança se torna mais significativa, com perda de até 12 centímetros de circunferência abdominal. “O método não diminui percentual de gordura. O que ele muda é a estrutura do corpo pela combinação de alguns fatores: alonga o diafragma e dá mais modelagem ao corpo, melhorando a cintura”, afirma.
A grande vantagem da modalidade é quando ela é associada a outro exercício físico, como a musculação. Enquanto essa trabalha o fortalecimento dos músculos, o LPF tem efeito no tônus, que é o estado de contração permanente da musculatura.
Mas nem tudo é permanente. “A partir do momento em que a pessoa fica 10 dias sem praticar, ela perde a programação do corpo. Tem que haver uma consciência de manutenção”, garante Carol.
Não tente isso em casa
Pode parecer fácil imitar os movimentos ao ver um vídeo, mas Carol explica que não é bem assim. “As pessoas pensam que é só puxar a barriga, mas é preciso aprender a técnica corretamente antes de tentar sozinho em casa. A dica é fazer pelo menos quatro aulas com um profissional licenciado e depois sim é permitido reproduzir em casa todos os dias”, explica.
Antes e depois de algumas sessões do LPF. Foto: Divulgação
Antes e depois de algumas sessões do LPF. Foto: Divulgação
Ponto de vista médico
“Durante a gravidez, ocorre um aumento progressivo da pressão abdominal, o que causa uma fragilidade ligamentar. Por isso, os exercícios isométricos de abdome, como o LPF e o pilates, são muito bons, já que fortalecem esses músculos”, explica Jan Pawel Andrade Pachnicki, director científico da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa).
O especialista afirma que toda atividade física é benéfica na recuperação pós-parto, mas os exercícios isométricos, que trabalham a contração dos músculos sem excesso de movimentos, são mais indicados para quem acabou de dar à luz.
Um dos motivos é por causa da retirada da placenta. “A mulher passa por uma crise hormonal semelhante à menopausa, além de toda a fragilidade do corpo após o parto. Nesse momento, qualquer atividade que aumente a carga metabólica e que recupere a força da parede abdominal é bem-vinda”, afirma.
Com relação ao período ideal para começar a se exercitar, Pachnicki explica que deve-se considerar cada caso individualmente. “De uma forma geral, os exercícios devem começar duas semanas depois do parto, mas esse tempo varia de mulher para mulher. Quem passou por parto normal costuma ter uma recuperação mais rápida”, diz.
Curitibanas em busca da barriga perfeita
Quando a educadora física e instrutora do LPF, Valéria Zarpellon, 32, divulgou o método no Clube da Alice em junho e o post teve mais de 500 comentários e quase mil curtidas, ela teve uma ideia que prometia ser promissora: criar um grupo no WhasApp para reunir as interessadas. Deu certo. Ao todo, a conversa conta com 256 participantes de toda a cidade e região metropolitana, mas todos os dias chegam novas mulheres em busca da barriga negativa.
Valéria ministra aulas particulares e em grupo de acordo com a demanda, sempre indo até as alunas. Segundo a instrutora, muitas pessoas se reúnem na casa de alguém, ou formam turmas em condomínios. “Tem gente que logo na primeira aula já consegue aprender a respiração e outras precisam de mais tempo, mas todas gostam bastante dos resultados quando levam a sério”, diz.
A empresária Berta Varschin, 35, teve o segundo filho há 10 meses e começou a praticar o método com Valéria há quatro semanas. Se, antes da primeira aula ela estava desconfiada das promessas, hoje comemora os resultados. “Achei fantástico, não imaginei que seria tão rápido. Na segunda já senti muita diferença, e olha que nem faço regrado, como deveria”, brinca. Ela conta que pratica em dias intercalados logo ao acordar.
Contraindicações
O método não deve ser praticado por pessoas hipertensas e gestantes. Os praticantes devem estar há pelo menos uma hora de jejum e evitar fazer o LPF até três horas antes de dormir, pois há risco de prejudicar o sono.
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