A marca de
papinhas para bebês Papá no Prato foi
proibida, na última semana, de fabricar, distribuir, comercializar e divulgar os produtos em todo o país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A
justificativa foi que a empresa não tinha o registro exigido pela Anvisa, já que os produtos comercializados eram alimentos de transição para crianças na primeira infância e lactentes, além de serem vendidos online por um fabricante desconhecido.
Pela falta deste registro, os produtos
Etapapá 1, 2 3 e Frutas, além dos demais itens da marca, receberam a sanção. Após o anúncio da Anvisa, o
site da marca saiu do ar e até a manhã desta segunda-feira (27) não foi possível entrar em contato com os fabricantes, pois os telefones para contato estavam desligados ou não foram atendidos.
No início do mês, a Anvisa havia proibido outra marca de papinhas infantis, a
Tangerine Petit, de comercializar os produtos com base no mesmo argumento usado contra a
Papá no Prato, a falta de registro. Neste caso, porém, a empresa se posicionou alegando ter todos os registros necessários e inclusive os enviou à
Gazeta do Povo. A Tangerine Petit se coloca como uma empresa que produz um mix de frutas para todas as idades e não necessariamente papinhas para crianças, o que exigiria um registro sanitário especial.
Olhe o rótulo e fique atento!
Quando o uso da papinha industrializada é inevitável pelos pais, alguns cuidados podem ser tomados para escolher a melhor opção possível às crianças. O primeiro passo é olhar o rótulo. Nele devem conter informações sobre o nome da empresa – que pode ser buscada pelos pais na internet e redes sociais -, selo de liberação da Anvisa, informações nutricionais sobre o produto e a lista de ingredientes, descritas daquele em maior quantidade para o de menor quantidade.
“Se a empresa está dentro das regras estipuladas pela Anvisa, pela vigilância sanitária, os pais podem verificar pelo selo do órgão e compram o produto com mais segurança. Também é importante ficarem atentos quando comprarem papinhas de empresas caseiras. Por mais que a variedade de sabores seja maior, não há garantias de que o produto tenha sido feito de acordo com as normas sanitárias e de higiene preconizadas”, explica Maria Emília Suplicy Albuquerque, nutricionista do Hospital Pequeno Príncipe.
Quanto às informações nutricionais presentes no rótulo, a nutricionista lembra que hoje é muito mais comum encontrar papinhas mais próximas do natural possível, com pouca ou nenhuma adição de sódio e a inclusão de ingredientes naturais. “Você não encontra mais no início da lista dos ingredientes, aqueles em maior quantidade no produto, itens industrializados. Vê batata, cenoura, macarrão. A ideia é que os pais busquem os produtos cujos primeiros itens sejam de melhor qualidade”, reforça.
Melhor situação de todas: fazer a papinha em casa
A correria do dia a dia pode levar os pais a recorrerem às papinhas industrializadas, mas algumas dicas da nutricionista Maria Emília Suplicy Albuquerque podem transformar a alimentação da criança:
1) Separe um dia na semana para fazer a preparação do caldo de carne, que é o mais demorado. A recomendação dos especialistas é que os pais comprem uma carne com pouca gordura e a cozinhem na panela de pressão. Para deixar o caldo bem concentrado, coloque uma quantidade grande de carne e deixe por 40 a 50 minutos na pressão. Depois, separe o caldo em potes menores e congele, cada um com 50 gramas de carne. Isso agilizará o preparo das refeições da criança durante a semana.
2) Os legumes não precisam de um preparo tão grande, visto que eles cozinham mais rapidamente. Separando o caldo em porções para cada refeição, inclua os legumes cozidos na hora. Além de aumentar a variedade, o tempo dedicado à cada refeição será menor por dia.
3) Em uma noite, prepare a janta do bebê e o almoço do dia seguinte. Assim, os pais se dedicam a duas refeições por vez, ao invés de uma só.
4) Quando for cozinhar os legumes, lembre-se de incluir os mais rígidos primeiro, como batata e cenoura, e depois incluir os que cozinham mais rapidamente.
“Congelar o caldo perde um pouco o valor nutricional, mas se os pais conseguirem incluir os legumes frescos, feitos no dia, dá para fazer mais rápido” – nutricionista Maria Emília Albuquerque.
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