Sete novos tratamentos de terapia integrativa e complementares foram incluídos na lista de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), divulgados pelo Ministério da Saúde no início de janeiro. Entre eles, arteterapia, meditação, musicoterapia, tratamentos naturopático, tratamento osteopático, tratamento quiroprático e sessões de Reiki.
Embora os serviços sejam oferecidos por iniciativa local, eles receberão financiamento do Ministério, por meio do Piso de Atenção Básica (PAB). De acordo com informações do Ministério da Saúde, em 2016 foram feitos mais de dois milhões de atendimentos usando práticas integrativas e complementares em unidades básicas de saúde. Destas, mais de 770 mil foram de Medicina Tradicional Chinesa, como a acupuntura, 85 mil de fitoterapia e 13 mil de homeopatia.
O financiamento federal é um dos motivos pelos quais os médicos do Conselho Federal de Medicina (CFM) não veem com bons olhos essa inclusão. De acordo com depoimento dado ao site
Medscape, Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti, 3° vice-presidente do CFM, alega que os recursos destinados a esses novos tratamentos poderiam
retirar o dinheiro da assistência às doenças e aos programas preventivos existentes.
Ao Viver Bem, quando questionado quanto esses novos tratamentos demandariam e como eles influenciariam no total de recursos disponíveis, Cavalcanti alegou que o CFM não avaliou o impacto desses recursos porque o Ministério ainda não habilitou os novos serviços.
Outro ponto contestado pela entidade é a falta de estudos científicos que comprovem a eficácia dos novos tratamentos: “Os recursos terapêuticos hoje estão testados e aceitos pela comunidade científica, os novos carecem de comprovação de eficácia em estudos científicos controlados. Para o CFM, o investimento deve alcançar todos os segmentos da abordagem terapêutica, prevenção, tratamento e reabilitação. O que contestamos é a introdução de abordagens sem lastro científico”, explica Cavalcanti, em entrevista por e-mail.
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