Saúde e Bem-Estar

Minerais da água não causam problemas de saúde

Adriano Justino
21/03/2017 09:00
Thumbnail
Que a água é sinônimo de saúde, todo mundo sabe. Mas quando se trata de água mineral, há quem coloque esta afirmação em xeque. Os sais minerais, essenciais para o bom funcionamento do organismo, variam em cada água mineral, tanto em tipo quanto em concentração — tudo depende da fonte, no caso das águas minerais naturais, ou dos minerais escolhidos para serem acrescentados à bebida, no caso das águas mineralizadas.
Mas há quem acredite que estes sais nem sempre são os mocinhos. Cálculo renal, hipertensão e outras doenças frequententemente são relacionadas à ingestão de água mineral, seja como um causador ou como um agravante dos problemas. Mas será que é verdade?
O Viver Bem consultou três especialistas, o cardiologista Alexandre Alessi, do Hospital Nossa Senhora das Graças, o nefrologista Ricardo Benvenutti e a nefropediatra Lucimary Silvestre, do Hospital Pequeno Príncipe para tirar dúvidas comuns acerca da água mineral:
Causa hipertensão?
Não. “O teor de sódio presente na água mineral é irrelevante para você ter um impacto significativo como causador de hipertensão”, explica o cardiologista Alexandre Alessi. Ele ainda aponta que mesmo as pessoas vulneráveis ao excesso de sódio, como hipertensos mais graves ou com insuficiência cardíaca, não precisam se preocupar com os níveis de sódio da água mineral, posto que são muito pequenos, na casa dos miligramas.
A verdadeira preocupação deve estar nos alimentos sólidos industrializados, como queijos, embutidos em geral, azeitona, picles, e o próprio pão, que contém quantidades significativas de sódio.
Provoca pedra nos rins?
Não. De acordo com o nefrologista Ricardo Benvenutti, a quantidade de substâncias presentes na água são ínfimas, tornando mais fácil uma pessoa ter pedra nos rins pela falta de água do que por sua ingestão. A água, seja ela mineral, filtrada ou fervida, estimula o fluxo urinário, o que ajuda na prevenção.
Crises renais e ingestão de água têm alguma relação?
Metabolicamente, não. Mas quando a pessoa tem uma crise renal, a recomendação dos nefrologistas é que não se tome muita água, porque o fluxo de urina vai aumentar —  e se o cálculo estiver obstruindo a passagem da urina, a dor também vai aumentar. A recomendação, porém, é para qualquer tipo de líquido, não tendo relação exclusiva com a água mineral.
Tem alguma contraindicação para crianças?
Não. Mas de acordo com a nefropediatra Lucimary Silvestre, é preciso prestar atenção na faixa etária. Crianças abaixo de 6 meses que estejam sob aleitamento exclusivo não precisam beber água, a não ser que elas tenham um quadro de diarreia ou algum outro problema que precise da reposição do líquido.
Outro ponto importante é o sódio. Para crianças entre 4 e 6 meses, a água deve ter concentração máxima de sódio de 25 mg/l. Até 12 meses, a recomendação é de 50 mg/l no máximo.
Vale lembrar que criança pequena não sabe pedir, então é preciso ficar de olho. “Uma forma de a gente ver se a hidratação está adequada é notar o volume da urina e a cor, que deve estar clara”, explica a nefropediatra.
Colaborou: Monique Portela
LEIA MAIS: