Mal súbito: quais características e causas dessa situação? (Foto: Bigstock)
Qualquer sintoma que caracterize uma perda repentina de consciência (desmaio ou síncope, conforme o jargão médico) é considerado um mal súbito. As causas podem ser várias, desde um quadro de desidratação e hipoglicemia a uma arritmia cardíaca ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Em geral, as pessoas tendem a se recuperar em poucos segundos, mas se as causas são mais graves, o “mal” pode levar a uma morte súbita.
Os sintomas do mal súbito acontecem com mais frequência entre os idosos, mas podem atingir jovens, como ocorreu com o modelo Tales Cotta durante desfile na São Paulo Fashion Week no fim de abril. No caso do jovem, o mal súbito se tornou uma morte súbita, cuja causa real ainda não foi confirmada.
A maioria dos casos (90%) de mal súbito entre os jovens, de acordo com Reginaldo Oliveira Filho, médico clínico hospitalista do hospital São Vicente, em Curitiba, está relacionada a uma arritmia cardíaca ou uma má formação do coração — que a pessoa pode desconhecer até o momento que passar mal. Nessa situação, a pessoa pode sentir, antes da perda de consciência, dores no peito, ânsia ou enjoo, dor de cabeça inexplicável, falta de ar e formigamento.
Entre os idosos, doenças crônicas como hipertensão, diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares são vistos como fatores de risco para o mal súbito:
“Idosos têm síncopes vasovagal com mais frequência, quando há uma hipotensão. Eles são pessoas mais frágeis a medicações e, por exemplo, um hipertenso que dobre a dose do remédio da pressão pode fazer uma hipotensão e ter um mal súbito. Ou o diabético que aplica a insulina, mas se esquece de comer, pode desmaiar também, e isso é comum”, reforça o médico.
Depois do mal súbito, o que fazer?
Ao ver alguém que passou por um mal súbito, a primeira reação de quem estiver por perto é ver se a pessoa está respirando.
“Na sequência, procure pelo pulso, pela frequência cardíaca. Se não estiver batendo, faça a reanimação. Se a pessoa não estiver respirando, ajude-a com a respiração. São medidas importantes de um primeiro atendimento até a chegada do SAMU (192)”, explica João Luiz Carneiro, médico clínico geral do hospital VITA, em Curitiba.
Uma vez que o paciente chegue ao hospital, o diagnóstico perpassa uma série de possibilidades, conforme explica Reginaldo Oliveira Filho, médico clínico hospitalista.
“Quando alguém sofre essa perda de consciência, o atendimento precisa ser rápido, via de regra. O paciente deve ser monitorado, com acesso venoso e suporte respiratório. Coloco o monitor para ver o traço no eletrocardiograma e busco por alguma arritmia. Na sequência, exames neurológicos para perceber alguma alteração na força, desvio da rima labial, dificuldade para falar, respirar ou deglutir. São pontos que observamos na sala de emergência”, reforça.
Caso o paciente tenha algum sinal de gravidade, como um déficit neurológico, exames mais específicos são solicitados, como tomografias que podem buscar por sinais de AVC.