Cerca de
580 era a média de
visitas ao pronto socorro, nos Estados Unidos, em
2010, devido a lesões causadas nas camas elásticas. Em
2014, com a popularização das camas elásticas tanto em casa quanto em parques, as visitas do PS subiram para
6.932, de acordo com dados do estudo “
Trampoline Park and Home Trampoline Injuries“, publicado no início de agosto na
revista científica Pediatrics.
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Para assombro dos médicos e pais, a pesquisa mostrou que os pacientes lesionados devido aos trampolins ou camas elásticas eram principalmente meninos, com uma média de idade de 13 anos, e os machucados normalmente envolviam entorses e fraturas das extremidades inferiores. Lesões mais sérias incluíam fraturas abertas e lesões na coluna vertebral.
Isso levou a
Academia Norte-Americana de Pediatria a divulgar uma
recomendação contrária ao uso recreacional da cama elástica pelas crianças. “Se forem usadas, as medidas de segurança devem incluir a constante supervisão de um adulto, proteção adequada, uma criança por cama elástica, por vez, e evitar cambalhotas ou saltos de ponta cabeça.
Lesões mais comuns
Uma das certezas dos ortopedistas de plantão nos fins de semana é que atenderão mais de uma criança machucada devido a uma aterrissagem mal feita na cama elástica. Os casos mais comuns são de traumas dos membros inferiores, como as torções dos tornozelos, joelhos, além das colisões com outras crianças.
O problema não está na segurança do brinquedo, de acordo com Mark Deeke, ortopedista do hospital Marcelino Champagnat, mas no uso inadequado dele. Quando não está acostumada aos exercícios físicos, a criança que passa a tarde inteira pulando pode apresentar um cansaço muscular comparável à mudança de série do adulto na academia.
Um simples pulo mal aterrissado pode exigir desde uma imobilização parcial do membro a procedimentos cirúrgicos para correção da fratura e recuperação durante meses.
“Uma lesão de ligamento cruzado, no joelho, na maior parte tem indicação cirúrgica. Uma entorse ou distensão dos ligamentos no tornozelo é mais simples e não precisa de operação. A imobilização é seguida de reabilitação fisioterápica – que resolve o problema em dois meses”, diz o ortopedista especialista em joelhos do Hospital Cajuru e Marcelino Champagnat, Fabiano Kupczik.