Saúde e Bem-Estar

Pesquisa mostra por que camas elásticas são perigosas para crianças

Da redação
31/08/2016 09:00
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(Foto: VisualHunt) | Roman Drits

Cerca de 580 era a média de visitas ao pronto socorro, nos Estados Unidos, em 2010, devido a lesões causadas nas camas elásticas. Em 2014, com a popularização das camas elásticas tanto em casa quanto em parques, as visitas do PS subiram para 6.932, de acordo com dados do estudo “Trampoline Park and Home Trampoline Injuries“, publicado no início de agosto na revista científica Pediatrics.
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Para assombro dos médicos e pais, a pesquisa mostrou que os pacientes lesionados devido aos trampolins ou camas elásticas eram principalmente meninos, com uma média de idade de 13 anos, e os machucados normalmente envolviam entorses e fraturas das extremidades inferiores. Lesões mais sérias incluíam fraturas abertas e lesões na coluna vertebral.
Isso levou a Academia Norte-Americana de Pediatria a divulgar uma recomendação contrária ao uso recreacional da cama elástica pelas crianças. “Se forem usadas, as medidas de segurança devem incluir a constante supervisão de um adulto, proteção adequada, uma criança por cama elástica, por vez, e evitar  cambalhotas ou saltos de ponta cabeça.
Lesões mais comuns
Uma das certezas dos ortopedistas de plantão nos fins de semana é que atenderão mais de uma criança machucada devido a uma aterrissagem mal feita na cama elástica. Os casos mais comuns são de traumas dos membros inferiores, como as torções dos tornozelos, joelhos, além das colisões com outras crianças.
O problema não está na segurança do brinquedo, de acordo com Mark Deeke, ortopedista do hospital Marcelino Champagnat, mas no uso inadequado dele. Quando não está acostumada aos exercícios físicos, a criança que passa a tarde inteira pulando pode apresentar um cansaço muscular comparável à mudança de série do adulto na academia.
Um simples pulo mal aterrissado pode exigir desde uma imobilização parcial do membro a procedimentos cirúrgicos para correção da fratura e recuperação durante meses.
Uma lesão de ligamento cruzado, no joelho, na maior parte tem indicação cirúrgica. Uma entorse ou distensão dos ligamentos no tornozelo é mais simples e não precisa de operação. A imobilização é seguida de reabilitação fisioterápica – que resolve o problema em dois meses”, diz o ortopedista especialista em joelhos do Hospital Cajuru e Marcelino Champagnat, Fabiano Kupczik.