Saúde e Bem-Estar
“Parkinson fez comida perder sabor”, diz paciente com eletrodos cerebrais

Jonas Stainsack foi diagnosticado com Parkinson aos 40 anos. Depois de uma cirurgia, os sintomas melhoraram. Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo. | Gazeta do Povo
“Achei que fosse um problema para um ortopedista e busquei vários, mas ninguém resolvia o problema. Eu sou músico e não toco mais como antigamente. Vi que aumentava a minha dificuldade na coordenação motora e eu comecei a tremer. Eu achava que era por nervosismo, mas a dor continuava”, diz.
Doença de Michael J. Fox
“Eu achei que não fosse Parkinson e fiz os exames. O médico também me passou um medicamento, o Prolopa [associação das substâncias levodopa e cloridrato de benserazida], que era algo novo e disse que se os sintomas melhorassem, era Parkinson. E os sintomas melhoraram”, conta Jonas, que na época do diagnóstico havia completado 43 anos.
Estágio 1 — Em um primeiro momento, os sintomas podem não interferir na rotina da pessoa. Sinais como os tremores atingem apenas um lado do corpo.
Estágio 2 — No segundo estágio, ambos os lados do corpo são acometidos pelos tremores, rigidez dos músculos e dificuldades em se locomover. Falar passa a ser mais difícil, e o tom de voz também reduz. Ainda assim, trata-se de uma fase mais leve a moderada da doença.
Estágio 3 — Aqui, a doença é de leve a moderada e o paciente apresenta alguma instabilidade na postura. Movimentos estão mais lentos e não há muito equilíbrio para ficar em pé e andar. Há mais risco de quedas.
Estágio 4 — A partir do quarto estágio, os sintomas do Parkinson são mais graves e incapacitantes. Andar e realizar tarefas do cotidiano só podem ser feitos com ajuda, e o paciente tende a perder a autonomia.
Estágio 5 — No estágio mais avançado, o paciente passa a ficar mais tempo na cadeira de roda ou mesmo na cama. É comum também que a pessoa apresente, nessa etapa, alucinações e delírios.
“Eu era vegetariano, cuidava da saúde, fazia atividade física. Não bebia, e nem bebo hoje, não fumo, fazia tudo para me cuidar. Foi um choque grande quando descobri o Parkinson“, conta Jonas.
Cirurgia de eletrodos no cérebro
“[A cirurgia] não cura a doença, mas melhora os sintomas, a coordenação motora. Eu não conseguia dirigir, porque meu pé perdia a sensibilidade e hoje está bem melhor. No momento eu levo uma vida quase normal, com poucas coisas diferentes. Às vezes até esqueço que tenho a doença.”
“Voltei a tocar violão, mas o olfato continua o mesmo”

“Uma vez passei por uma loja de perfume e a vendedora queria que eu experimentasse. Eu não senti nada e fiquei com vergonha de falar qual eu tinha gostado mais. Agora, o cheiro de cigarro eu sinto a quase um quilômetro de distância, e eu odeio esse odor. O problema é que [a redução do olfato] interfere no paladar. Antes eu comia chocolate e sentia um gosto tão bom. Hoje eu só sinto gosto de açúcar”, exemplifica Jonas.
Estudo em Curitiba busca pessoas com Parkinson
“No futuro, o diagnóstico poderá ser feito por meio da coleta de sangue. Poderemos fazer um diagnóstico muito mais precoce, porque a doença tem os sinais motores, como os tremores, mas tem sinais anteriores a isso. Por exemplo, perturbação do sono, perda de olfato, intestino preso, pessoa que cai da cama, que chuta o companheiro durante a noite, tem pesadelos reais, e esses sinais surgem muito antes do tremor”, explica Giorgio Fabiani, neurologista clínico do hospital Angelina Caron, e principal investigador do estudo no Brasil. O hospital é o único centro oficial do estudo até o momento.
- Ter o diagnóstico da doença de Parkinson (não pode ser parkinsonismo);
- Ter mais de 18 anos;
- Aceitar participar do estudo genético;
- Aceitar retirar 1 mL de sangue para a análise genética.
- Interessados devem entrar em contato através do e-mail: giorgiofabiani@icloud.com