Entre as futuras mães, a curiosidade e preocupação a respeito do peso do bebê ainda na barriga (indicador que diz muito sobre seu estado geral de saúde e o sucesso da gestação) é praticamente unânime. As medições são feitas durante os exames de imagem via ultrassom que fazem parte do pré-natal e fornecem as informações necessárias para acompanhar – e analisar – o ritmo de crescimento do bebê.
As medições iniciam, em média, na 24ª semana de gestação. Antes disso, até a décima semana o feto é muito pequeno e o acompanhamento é realizado para calcular a idade gestacional e a perfeita formação de suas estruturas, sem o objetivo primeiro de aferir o peso do embrião. Mais tarde, é realizado o exame de translucência nucal, que ajuda na detecção de algumas doenças, como a Síndrome de Down. Da 24ª à 28ª semana acontece o boom de crescimento do bebê, quando ele pode chegar a dobrar de peso, e as medições ganham maior importância. A partir daí, o crescimento se mantém até o nascimento.
No período de maior crescimento fetal, os bebês ganham, em média, entre 150g e 200g de peso a cada semana. É importante ter em mente que, desde a concepção, o ritmo de crescimento depende de vários fatores. Por isso, medidas padrão de peso e estatura servem tão somente como referência e não representam um problema caso o bebê não as acompanhe, mas se mantenha regular dentro de sua própria curva, com líquido amniótico em quantidade normal e aporte de sangue suficiente através da placenta.
Porém, se constatado algum problema de crescimento, parte-se para uma investigação com o objetivo de excluir a existência de possíveis doenças. As condições maternas também são investigadas, em especial hipertensão e a trombofilia, um distúrbio de coagulação. O estado nutricional materno, ganho de peso fora do esperado (para mais e para menos), alterações na formação da placenta, tabagismo e agressões infecciosas e metabólicas também são fatores determinantes no crescimento fetal.
Estatura
O indicador mais importante para o acompanhamento do crescimento fetal, segundo a médica radiologista Luciana Lacerda Burigo Trindade, é a medida da circunferência abdominal, que fornece meios de avaliar o peso. Tanto um feto quanto uma criança em situação de risco, primeiro deixam de ganhar peso e, só mais tarde, têm sua estatura comprometida.
A estatura fetal é calculada multiplicando-se uma constante (de valor 6,8) pelo comprimento do fêmur visto no exame de imagem. De acordo com a médica, trata-se de uma medida de maior interesse para os pais do que um indicador de saúde, pois só se altera em estados avançados e crônicos ou em síndromes graves, quando os outros indicadores já apareceram alterados muito antes.
Saúde mental da mãe requer atenção
Segundo a ginecologista e obstetra Vanessa Ramalho Flor, não é incomum diagnosticar, a partir da 28ª semana de gestação, uma queda na curva de crescimento do bebê. Em geral, essa ocorrência está relacionada a situações de estresse e ansiedade vividas pela mãe, que impactam diretamente o desenvolvimento da criança, dada a sobrecarga de adrenalina recebida por ela. Em geral, o bebê volta a subir no percentil (uma medida estatística que reflete em que posição a criança está em relação à distribuição normal daquilo que se avalia) quando a mãe repousa (às vezes o quadro requer afastamento das atividades), aumenta a ingestão de proteína e corrige possíveis graus de anemia através de suplementação composta recomendada pelo médico.
Fontes: Vanessa Ramalho Flor, ginecologista e obstetra especialista em medicina fetal do Idepi Diagnósticos por Imagem e Luciana Lacerda Burigo Trindade, médica radiologista da clínica Sonograf e membro titular do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR).
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