Saúde e Bem-Estar

Saiba por que dormir mal afeta crescimento das crianças

Adriano Justino
24/07/2019 18:00
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Crianças que dormem mal não tem todas as fases do sono completas, consequentemente não há a liberação de todos os pulsos de GH. Foto: Bigstock.

Ter recorrentes péssimas noites de sono pode fazer com que a criança não chegue à altura que atingiria caso dormisse de maneira adequada.
Por trás disso está um mecanismo fisiológico relacionado à secreção do GH, o hormônio do crescimento.

“A secreção desse hormônio ocorre principalmente a noite, no início das fases 3 e 4 do sono. Crianças que dormem mal não tem todas as fases do sono completas, consequentemente não há a liberação de todos os pulsos de GH”, diz a otorrinopediatra do Hospital Nossa Senhora das Graças, de Curitiba, Scheila Gambeta Sass.

Amadurecer com altura e peso baixos é a mais grave consequência de se ter frequentes noites mal dormidas, que podem ser verificadas a partir de condições como a apneia, que causa uma parada na respiração de pelo menos dez segundos — de seis segundos em crianças menores.
“Isso significa que há momentos em que o ar não chega aos pulmões, ocasionando um sono de baixa qualidade”, diz ela, que assinala que nem toda criança que ronca tem necessariamente apneia do sono. “Cerca de 10% das crianças roncam, mas apenas de 1% a 3% apresentam a condição”, afirma ela.

Os sinais de apneia, segundo a otorrinopediatra, são roncos (altos ou não) todas as noites, não necessariamente durante a noite toda; ruídos que indicam respiração difícil, piores quando estão deitadas de barriga para cima; pausas curtas da respiração; respiração bucal, dorme com boca aberta, dificuldade de respirar pelo nariz; sono agitado, muda a posição muitas vezes na cama, acorda várias vezes a noite; fazer xixi na cama (mais importante se a criança já havia parado de fazer xixi na cama); baixo desempenho escolar, hiperatividade, irritabilidade, sonolência excessiva diurna, desatenção; dor de cabeça pela manhã, entre outros.

Causas

A apneia em crianças pode estar ligada também ao aumento das amígdalas, adenoide e rinite alérgica. Segundo Scheila, as amígdalas têm seu maior tamanho entre 4-6 anos. Porém, em algumas crianças, elas aumentam mais que o normal.
“Esse aumento pode ocorrer sem fator algum identificado, por infecção e inflamação ou por fatores irritativos como alergias e substâncias irritativas como no refluxo gastroesofágico”, diz ela. Em casos em que as amígdalas não retornam ao tamanho normal pode ser indicada a cirurgia.
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