Saúde e Bem-Estar

Salmões crus de restaurantes japoneses foram reprovados em teste de contaminação

Da redação
26/04/2017 17:09
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Restaurantes reprovados são de São Paulo e Rio de Janeiro (Foto: Bigstock)

Das 10 amostras de sashimis, feitos com o peixe salmão na forma crua, analisados neste mês pela Proteste, associação dos consumidores, nove foram reprovadas. As amostras vieram de 10 estabelecimentos localizados no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas alertam para o perigo do consumo de peixes crus contaminados por micro-organismos.
Embora a culinária japonesa tenha recebido um destaque grande nos últimos anos, relacionada principalmente a ideia de uma alimentação mais saudável, esses alimentos crus chegam a ser mais manipulados do que os preparos que passam por algum tipo de aquecimento – e têm, portanto, maior risco de contaminação.
Da análise da Proteste foram verificados o acondicionamento e transporte, a atividade de água, habitat, hábitos de higiene dos manipuladores de alimentos, o tempo de exposição nas prateleiras e a ação de enzimas e sucos digestivos. Foram encontradas nas amostras contaminas a presença dos seguintes microorganismos patogênicos: Coliformes totais, Escherichia coli, Estafilococos coagulase positiva, bolores, leveduras, Vibrio parahemolyticus e cholerae, Salmonella spp.
Também foram encontradas bactérias, como a Listeria monocytogenes, capaz de crescer sob refrigeração e até mesmo resistir ao congelamento; e a Aeromonas sp., que causa diarreia e infecções.

Vou comer peixe cru, como garantir que ele não está contaminado?

Se estiver contaminado, o peixe vem da própria natureza assim e não é possível identificar facilmente qual deles pode conter uma infecção ou não. É possível, porém, tomar algumas atitudes que diminuam os riscos, conforme explica Gilberto Pavanelli, professor e pesquisador em Zoologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), e autor do livro Zoonoses Humanas Transmissíveis por Peixes no Brasil (Editora UniCesumar, 2015), em entrevista ao Viver Bem.
“O salmão que vem do Chile chega ao Brasil em cima de uma camada de gelo, suficiente apenas para evitar o crescimento das bactérias. A fiscalização do Estado deve ser eficiente, nesse sentido, para evitar que a população coma peixes crus infectados e que venha a desenvolver as doenças. O que pode ser indicado é que as pessoas escolham restaurantes e peixarias com peixes de boa procedência, que sejam confiáveis”, explica o professor.
Se for comer o peixe cru em casa, existe uma atitude ainda mais eficaz: congelar o peixe. “Compre, congele durante sete dias no congelador da geladeira e todos os possíveis parasitas serão destruídos”, reforça o pesquisador.
Perigos do mar para a mesa
Repense o consumo cru dos seguintes peixes e crustáceos, pois eles podem desencadear as doenças a seguir: Tainha (Fagicolose), Salmão (Difilobotríase), Linguado Chinês (Clonorquíase), Arenque (Anasaquíase), Bacalhau (Pseudoterranovíase), Cacharas, tipo de Pintado (Contracequíase), Lagosta, rã, caranguejo e peixes de água doce (gnatostomíase), Peixes de água doce (Capilaríase), Catfish, Mirabaia, Perca (Eustrongilidíase) e Chub (Dioctofimose).
12 doenças foram registradas até o momento em todo o mundo relacionadas às infecções de peixes crus. No Brasil, há o registro de pelo menos quatro doenças com pessoas contaminadas, e uma quinta doença de pessoas que se contaminaram fora do país.
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