Bebê sofre convulsão após ficar tempo demais no bebê conforto e mãe faz alerta
Raquel Derevecki, com Gazeta do Povo
17/04/2019 14:44
Ainda que seja raro o bebê ficar sem oxigênio na cadeirinha, a orientação é sempre vigiá-lo. Foto ilustrativa: Bigstock
A escocesa Kirsti Clark viveu momentos de desespero após a filha Harper, de apenas três semanas, passar duas horas no bebê conforto e sofrer uma convulsão. A família voltava de um shopping na cidade de Falkirk dia 4 de abril, quando enfrentou um longo congestionamento e deixou a criança no bebê conforto por mais tempo que o previsto. Ao chegar em casa, o pai Christopher Clark tirou a criança do assento e percebeu que algo estava errado.
Em entrevista ao jornal britânico The Mirror, Kirsti afirmou que a criança estava com os lábios azuis e bochechas muito vermelhas. Além disso, começou a soltar uma espuma branca pela boca e nariz, assustando os pais. “Não foi como uma convulsão normal. Ela estava arqueando as costas e jogando a cabeça para trás”, relatou a mãe.
Diante da situação, Kirsti tentou abrir a boca da filha para ter certeza de que ela não havia engolido nada, enquanto o pai dava leves batidas em suas costas. Mas, ao perceber que nada ajudava, o casal seguiu imediatamente para o hospital, localizado a cinco minutos da residência.
“Eu só conseguia pensar que íamos perdê-la”, afirmou a mãe, que manteve a recém-nascida acordada durante o trajeto.
Ao perceber que a filha não estava respirando, ela entrou correndo no hospital, pediu ajuda na recepção e entregou Harper à equipe médica. A menina foi levada à enfermaria e passou pelo processo de reanimação. “Conseguiram fazê-la respirar novamente. Foi um alívio e as lágrimas realmente começaram”, contou Kirsti ao tabloide do Reino Unido. Segundo ela, a filha passou por diversos exames e ficou a noite inteira em observação no hospital, mas não havia nada de errado com ela.
Na entrevista, o casal informou que o tempo no bebê conforto privou a recém-nascida de oxigênio e isso causou um choque em seu corpo no momento em que foi tirada do bebê conforto. “Quando o consultor nos disse que [a causa] era o assento do carro, eu não conseguia acreditar”, afirmou a mãe.
O que dizem os médicos
Segundo o pediatra Eduardo Gubert, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, a situação pode ocorrer com bebês prematuros, mas é rara. “Algumas maternidades até fazem uma avaliação chamada ‘car seat test’ monitorando o neném antes da alta do hospital após um internamento na UTI Neonatal”, explica.
Por isso, a pediatra Fernanda Catharino, de Niterói, no Rio de Janeiro, afirma que o caso foi uma fatalidade e não há motivo para pânico. A orientação, no entanto, é sempre vigiar o recém-nascido em qualquer local e evitar que durma muito tempo na cadeirinha do carro, no bebê conforto ou mesmo no carrinho.
Melhor local para deixar o bebê
Até o primeiro ano, os bebês precisam dormir de costas em todos os momentos de sono porque isso previne a síndrome de morte súbita. Além disso, essa posição é melhor do que dormir de lado, quando o bebê pode rolar facilmente e ficar com o rosto direto na cama.
Alguns pais têm medo que os bebês se afoguem de costas, mas a anatomia das vias aéreas e o reflexo da mordida impedem que isso aconteça. Por isso, até os recém-nascidos com refluxo gastroesofágico devem dormir de costas.
Outra orientação importante para o bom sono da criança é que, nos seis primeiros meses, ela durma no mesmo ambiente que os pais. Para isso, o bebê deve ser colocado no berço ou no espaço próprio de sono quando estiver pronto para dormir, pois compartilhar a cama com os pais nunca é seguro para um bebê e algumas situações tornam a medida ainda mais perigosa.
A atenção deve ser redobrada quando:
– o bebê tiver menos de quatro meses de idade;
– o bebê for prematuro ou tiver baixo peso para a idade;
– se você ou alguém que divida a cama for fumante (mesmo se não fumar na cama);
– se a mãe do bebê fumou durante a gravidez;
– se você tomou algum medicamento que torne o despertar mais difícil;
– se você bebeu qualquer bebida alcoólica;
– se você não for o pai ou mãe do bebê;
– se a superfície for macia, como camas de água, colchões velhos, sofás ou poltronas;
– se tiver travesseiros muito fofos ou cobertores na cama.