A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passa a regular os coletores menstruais, utilizados por mulheres para substituir os tradicionais absorventes durante o período menstrual. O texto foi publicado no Diário Oficial da União na última segunda-feira (20) e traz uma série de determinações como material, testes de garantia e informações contidas no rótulo.
Os coletores menstruais são copinhos anatômicos de silicone, que armazenam o sangue proveniente da menstruação quando inseridos no canal vaginal. Depois de cheios, devem ser retirados, higienizados e podem ser reutilizados. A questão ecológica e também econômica tem conquistado cada vez mais mulheres pelo mundo. Hoje a maioria dos produtos disponíveis do mercado brasileiro é importado.
A partir de agora, os coletores disponíveis no mercado brasileiro passarão a seguir os critérios técnicos definidos pela Anvisa. O material, por exemplo, deverá ser atóxico e não poderá conter substâncias como fragrâncias e inibidores de odores.
A norma define ainda que os fabricantes deverão garantir a segurança do produto por meio de testes realizados em humanos, além de avaliações microbiológicas que descartem a presença de certas bactérias.
Os rótulos deverão trazer, obrigatoriamente, instruções de uso, incluindo informações sobre o tamanho adequado do coletor para determinada intensidade de fluxo menstrual e qual frequência o coletor deve ser removido para limpeza.
Riscos da “síndrome do choque tóxico” devem aparecer no rótulo
Os fabricantes também terão de deixar claro no rótulo sobre a possibilidade da “síndrome do choque tóxico”, infecção rara causada por bactérias como Staphylococcus aureus e cujo risco pode estar associado, entre outros fatores, ao uso prolongado de absorventes internos.
A doença é rara, mas pode ser fatal. Embora atinja também homens e crianças, apenas metade dos casos ocorre com mulheres menstruadas e é associada ao uso do absorvente interno. Os sintomas são febre repentina, vômito, diarreia, dor de cabeça, tontura, desmaio, dores musculares e ardor da pele. “Mantendo o cuidado com a higiene, não deve haver problema”, explica a ginecologista Marta Rehme, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Leia também:
Colunistas
Enquete
Animal