Você já deve ter ouvido falar em superbactérias e os perigos que elas representam. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) nos últimos anos o problema tem se intensificado em todo o mundo. O impacto da resistência de bactérias aos efeitos de antibióticos preocupa profissionais da saúde, e pode trazer sérias consequências para a população.
Humberto Madeira, professor de biotecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), afirma que a resistência se dissemina devido ao uso intenso de antibióticos. Esta utilização incorreta se dá a partir das prescrições por parte de agentes de saúde. “Prescrevem quando não há necessidade do uso de antibióticos, ou indicam o remédio errado”, explica Madeira.
Ele afirma que algumas doenças simples e viroses não necessitam de antibióticos para a cura. Também a prescrição desnecessária, ou mesmo a automedicação sem consulta ao médico, pode fazer com que no futuro infecções comuns não possam ser tratadas devido à resistência das bactérias.
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É comum ainda que muitas pessoas abandonem o tratamento antes do prazo determinado pelo médico. Esta atitude não elimina totalmente as bactérias causadoras da doença, e as remanescentes se tornam resistentes. Isso faz com que o remédio perca o efeito.
Madeira relata ainda o costume da população de guardar as sobras dos medicamentos, voltando a utilizá-los em outro momento, mesmo sem saber se o antibiótico é indicado para a infecção decorrente. Na opinião do professor, é necessária uma política de combate à prescrição e venda indevida, além de campanhas de conscientização para evitar a automedicação.