Saúde e Bem-Estar

Ombro de tenista sofre!

Rafael Adamowski, especial para a Gazeta do Povo
14/06/2016 09:00
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Mais de 40% dos tenistas profissionais desistem de pelo menos um torneio por ano devido às dores lombares. Mas não é apenas esta região que sofre com a prática deste esporte. O dinamismo do tênis exige movimentos variados do atleta em quadra, o que sobrecarrega as articulações. As que mais sofrem são a coluna vertebral, quadril, joelho, ombro e cotovelo. A popularização do tênis no Brasil começou no final da década de 90, quando Gustavo Kuerten se destacou e ganhou títulos importantes, como o tricampeonato de Roland Garros.
Ortopedista no Instituto de Joelho e Ombro (IJO), de Curitiba, Lucio Ernlund explica que as lesões que mais acometem atletas profissionais e amadores estão ligadas ao ombro, devido ao movimento da raquete e aos impactos causados. Um dos prejuízos mais comuns na região dos ombros é o rompimento de tendão. Segundo Ernlund, como hoje muitos clubes sociais têm tênis, é comum que praticantes do esporte procurem atendimento no Instituto.
O joelho também exige cuidados, em especial para os tenistas de quadras rápidas. Devido ao impacto causado pela frenagem, são comuns contusões que levam à tendinite nesta articulação. “Em alguns casos, quando ocorrem torções, é necessário até mesmo a cirurgia”, esclarece o ortopedista. Um dos riscos quando ocorre a torção do joelho é do rompimento de ligamentos, que demanda de intervenção cirúrgica. Ernlund afirma que ombros, cotovelo, mãos e dedos, além do quadril e coluna pelo jogo de corpo, são as regiões que mais sofrem impacto nas partidas de tênis.
O presidente do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral e da Associação Brasileira de Reabilitação da Coluna Vertebral, Helder Montenegro, destaca que ocorrem torções e movimentos de flexão e extensão na coluna durante os jogos. Nos membros superiores os problemas são causados principalmente devido ao impulso entre a raquete e a bola e pelos movimentos de grande amplitude do braço. Já nos membros inferiores as lesões são causadas por deslocamentos rápidos e em várias direções, freadas bruscas e saltos.
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Montenegro afirma que para minimizar os riscos de lesões o atleta precisa trabalhar muito a técnica e o condicionamento físico de forma geral, enfatizando agilidade, potência e força muscular. Outra região que sofre com os impactos e que provocou o abreviamento da carreira de Guga é a do quadril. “As lesões podem ocorrer abruptamente em decorrência de trauma, como após uma luxação de quadril, por exemplo, ou lentamente, através do desgaste e rompimento de suas fibras devido ao trauma de repetição das atividades de impacto”, explica o fisioterapeuta.
Treinadora de tênis e fundadora da Liga Tênis 10, Bruna Assemany revela que a execução dos movimentos específicos do tênis de forma inadequada e a falta de condicionamento dos esportistas de fim de semana são as duas principais causas de lesões entre os atletas amadores. “A maioria das lesões é provocada por movimento inadequado ou pela falta de um reforço muscular adequado para a prática do tênis. O esporte exige mais do que apenas o esforço na quadra”, afirma.
Para suportar a intensidade que o tênis impõe é preciso de um treino de condicionamento físico e um treino de reforço muscular na academia, o que, normalmente, um jogador de fim de semana não faz. “É fundamental também uma orientação profissional em relação à forma adequada de realizar os movimentos do tênis”, explica a treinadora.