Saúde e Bem-Estar
O intestino preguiçoso – conhecido também como prisão de ventre ou intestino preso – é um problema freqüente, que pode não ser notado por pessoas que, por exemplo, acreditam que ir ao banheiro a cada três ou quatro dias é normal. No Brasil, de acordo com a pesquisa da empresa de análises de diagnósticos AC Nielsen, de julho de 2003, cerca de 32% das mulheres (29 milhões de pessoas) e 6% dos homens (5,5 milhões) sofrem deste mal – em Curitiba são 42% da população.
Segundo estudos do médico Sender J. Miszputen, professor de Gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o aumento da idade também é um fator que contribui para a prisão de ventre – 40% das pessoas com mais de 65 anos apresentam o problema. A terceira idade é o grupo que procura com mais freqüência os médicos para seguir um tratamento, sendo responsável pelo maior consumo de laxantes.
Dentre as manifestações mais comuns do intestino preguiçoso, estão a evacuação menos de três vezes por semana, a eliminação de fezes endurecidas (mesmo que diariamente), de calibre e volume menores que o normal, a realização de muito esforço ou mesmo a sensação de evacuação incompleta.
Há várias causas para o intestino preguiçoso, entre elas a dieta pobre em fibras e até a desconcentração na hora de evacuar. O mau esvaziamento intestinal pode ser provocado por doenças próprias do intestino ou de outros órgãos que venham a interferir na sua movimentação, mas o mais comum é que aconteça por conta de um erro no funcionamento do intestino, sem que seja encontrada uma doença que justifique o problema. Porém, podem causar prisão de ventre doenças sistêmicas, como hipotireoidismo, doença de Parkinson e esclerose múltipla. Medicamentos como antidepressivos, antiespasmódicos, analgésicos, opióides e hidróxido de alumínio também podem contribuir. Além disso, fatores comportamentais e emocionais podem ser relacionados à instalação ou piora do problema.
Para melhorar
A médica nutróloga Eline de Almeida Soriano, professora da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), dá dicas para quem tem o intestino preguiçoso.
• Manter uma alimentação balanceada, rica em fibras (verduras, frutas, legumes – cerca de 20 a 30 gramas por dia – adulto);
• Consumir probióticos (alimentos que contêm microorganismos vivos benéficos ao organismo, como iogurtes, leites, queijos etc);
• Comer devagar e mastigar bem os alimentos;
• Fazer as refeições regulares (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar);
• Evitar excesso de doces em geral, chocolates e massas com farinhas refinadas;
• Beber de 8 a 12 copos de água ou sucos de fruta por dia (2 a 3 litros);
• Ir ao banheiro sempre que tiver vontade, nunca postergar;
• Jamais usar laxantes sem orientação médica. A automedicação pode mascarar um problema mais sério ou agravar a constipação intestinal;
• Praticar exercícios físicos regulares;
• Se a barriga inchar, ficar dura e houver dores, é preciso consultar um médico, que indicará a medicação adequada para o caso;
• Importante: caso a pessoa que sofre de intestino preguiçoso siga essas recomendações e elas não surtiram efeito, é necessário buscar uma opinião médica.
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