denised@gazetadopovo.com.br
Cerca de 10% das mulheres que sentem dores na menstruação sofrem de endometriose, uma doença causada pelo crescimento do tecido do endométrio, camada interna do útero, para fora do órgão no sentido do interior do organismo. Esse movimento, provocado pela resposta ao hormônio feminino, origina dor pélvica na menstruação e na relação sexual e pode ser um dos vilões da infertilidade.
“Nem sempre quem tem endometriose é infértil, às vezes você vê, em cesárias, a pelve tomada pela endometriose, mas a gestação corre bem. Mas quando se está investigando uma infertilidade e se encontra a doença, ela pode ser uma das causas”, explica Claudete Reggiani, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e chefe do departamento de tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A química usada nesses casos, tem por objetivo suspender a produção do estrogêneo, hormônio mantenedor do distúrbio. A maioria das opções do mercado (veja quadro), simula uma menopausa artificial. “Quando a gente diminui a quantidade de sangue menstrual ou a interrompe, a endometriose também diminui”, exemplifica Carlos Petta, professor do departamento de Ginecologia eObstetrícia da Unicamp.
A retirada de útero não é cogitada para o distúrbio. “Essa cirurgia é feita apenas em casos mais graves, quando, por exemplo, existe um cisto grande ou uma denomiose (endometriose interna), algo menos comum. Os medicamentos têm se mostrado eficazes na endometriose”, avalia Almir Antonio Urbanetz, vice-presidente da região-sul da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e professor titular do Departamento de Tocoginecologia da UFPR.
O diagnóstico é feito com uma biópsia por meio da laparoscopia. Se encontrados focos da doença, dependendo de suas características, podem ser cauterizados no mesmo procedimento. Para as mais impressionadas, no entanto, Claudete Reggiani reforça que nem todo incômodo menstrual é sinal de endometriose. “Existem várias causas para dor pélvica e o melhor é procurar um bom médico para o laudo preciso”, afirma.
Colunistas
Agenda
Animal