Saúde e Bem-Estar

Fuja do baixo-astral

Danielle Blaskievicz
19/12/2004 02:00
O clima de festas e a aproximação do fim do ano contribuem para aumentar os casos de depressão, popularmente conhecida como depressão natalina. São pessoas como a vendedora Ana *, 27 anos, que gostariam de apagar esse época do calendário. “Parece que o mundo está alheio a você, que se sente só, no meio de uma multidão enlouquecida e preocupada apenas em comprar”, diz.
Apesar de parecer o relato de uma pessoa sem família ou amigos, Ana não se enquadra nesse perfil. Ela mora em Curitiba, com os pais e dois irmãos, trabalha, estuda e sempre tem companhia para os momentos de lazer. Aparentemente, não teria motivos para se queixar. “Acho que o problema hoje é justamente a superficialidade dos relacionamentos. São poucas as pessoas que se interessam em ir além das aparências, saber como você realmente está”, lamenta.
Para a pscicóloga Suzane Schmidlin Löhr, doutora em Psicologia Clínica e coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Positivo (Unicenp), quadros como o de Ana se manifestam, geralmente, em pessoas que apresentam mais dificuldade para administrar seus conflitos; com tendências a outros quadros clínicos – como a depressão – e ainda entre aquelas que vivem sozinhas por exigências externas e não por escolha própria. Entretanto, segundo ela, na maioria dos casos trata-se de um sentimento de tristeza associado a essa época do ano.
As razões para isso são muitas, destaca Suzane, mas a maioria das vezes se deve ao sentimento de nostalgia. “Se a pessoa sempre encarou o Natal como um momento mágico, para estar perto daqueles que ama, e, por algum motivo, não está vivendo tudo isso, o quadro de tristeza tende a se agravar”, comenta a psicóloga.