Saúde e Bem-Estar

Mãe faz alerta após filho de 2 anos quase morrer depois de comer pipoca

Raquel Derevecki
11/03/2019 13:01
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O garoto passou por duas cirurgias, respondeu bem aos procedimentos e está em recuperação. Foto: Reprodução/Facebook

A norte-americana Nicole Johnson-Goddard,  de Illinois, passou um grande susto após o filho Nash, de 2 anos, comer pipoca, alimento aparentemente inofensivo. A mãe publicou a história em sua página no Facebook e afirmou que o menino passou mal após se engasgar com os grãos no dia 16 de fevereiro. “Nash teve um pequeno episódio de asfixia, mas estava bem. Não vimos nada sair, então assumimos que ele tinha engolido”, escreveu a norte-americana, que viu o menino dormir bem naquela noite, mas tossir de maneira estranha no dia seguinte.
Ainda que estivessem preocupados com o sintoma, os pais não imaginaram que aquilo tinha relação com a “noite da pipoca” e aguardaram que o filho melhorasse, como de costume. No entanto, o quadro de saúde piorou nas 48 horas seguintes. “Percebi que Nash estava quente”, relatou Nicole. Além da febre, o garoto também respirava com dificuldade, e a mãe decidiu entrar em contato com o pediatra do filho e levá-lo ao hospital para realizar uma radiografia do pulmão. O resultado foi assustador:

“Ele tinha aspirado a pipoca em seus pulmões quando engasgou. O corpo reconheceu aquilo como um objeto estranho, começou a colocar pus em volta, e a inflamação o levou a desenvolver pneumonia no pulmão esquerdo”, relatou.  

O bebê Nash, de dois anos, aspirou a pipoca para os pulmões e passou por dois procedimentos de risco para retirá-losFoto: Reprodução/Facebook
O bebê Nash, de dois anos, aspirou a pipoca para os pulmões e passou por dois procedimentos de risco para retirá-losFoto: Reprodução/Facebook
De acordo com o médico pediatra Eduardo Gubert, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, a situação descrita por Nicole é comum. “Hoje nós atendemos mais queixas de engasgo com alimentos do que com brinquedos que contém peças pequenas”, pontuou.
Por isso, os pais devem tomar cuidado ao darem pipoca, balas ou chicletes às crianças. “A pipoca, por exemplo, não é uma refeição. É um lanche que a criança come enquanto está brincando, e esse é o maior risco”, afirma o pediatra. Segundo ele, a comida pode ser aspirada para os pulmões durante uma respiração ofegante decorrente da brincadeira, e as consequências podem ser muito graves.

“Ao invés de ir para o esôfago, o alimento vai para os pulmões, causando pneumonia, ou ainda pode ficar preso na traqueia da criança e bloquear a respiração de forma fatal. Então, a criança deve sempre estar calma na hora de comer”, alerta.

Além de evitar a combinação de comida com brincadeiras, os pais também devem cuidar com pedaços grandes de carnes ou vegetais crus durante a alimentação de crianças que ainda não conseguem realizar a mastigação adequada, já que também há risco delas se engasgarem. “Até a uva não deve ser dada inteira à criança de até 2 anos”, orienta Gubert.

Cirurgia de risco

Se, mesmo com esses cuidados, as crianças aspirarem alguma comida, é necessário procurar atendimento emergencial para a realização de uma broncoscopia, recurso médico que retirará os alimentos dos pulmões. “Esse procedimento é bem difícil e arriscado em crianças porque lida com pulmão, traqueia, exige anestesia geral e precisa de uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Então, o melhor é sempre prevenir”, aconselha o pediatra.
No caso de Nash, foram necessárias duas cirurgias como essa para retirar seis grãos de pipoca aspirados para seu pulmão. O garoto respondeu bem aos procedimentos e está em recuperação.
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