Saúde e Bem-Estar

Alérgicos ao pólen têm vacinas que evitam sintomas por 10 anos

Vivian Faria, especial para a Gazeta do Povo
21/09/2016 09:18
Thumbnail

Crédito: William Brawley via Visual hunt / CC BY

Basta aquela primeira coçadinha no nariz ou espirro ali pelo meio do mês de agosto para o alérgico a pólen saber: a primavera já dá seus sinais. Se o sintoma se restringir a uma coceira leve, a quantidade de pólen no ar pode ser pequena ou a alergia pode não ser tão grave. Em alguns casos, porém, a coceira se espalha por olhos, boca e garganta, os espirros são intermináveis, o rosto fica levemente vermelho e inchado, lágrimas escorrem involuntariamente e a pessoa pode até desenvolver conjuntivite – um conjunto que afeta consideravelmente a qualidade de vida.
Leia Mais
Para quem já sabe que sofre dessa alergia específica, o principal conselho dos profissionais é tratar preventivamente. “O tratamento pode ser feito com sprays nasais e colírios. Não há necessidade de tomar comprimidos, porque às vezes os remédios locais funcionam melhor”, afirma o otorrinolaringologista e especialista em rinite alérgica do Hospital IPO Sergio Maniglia.
Além de aplicar os medicamentos, é importante, a partir do momento em que os sintomas aparecem até o fim da primavera, evitar abrir as janelas durante a noite e de manhã cedo, que são os horários em que o pólen está circulando em maior quantidade, ou praticar esportes ao ar livre. Para evitar lesões na córnea, é preciso ainda não coçar os olhos.
Conforme o médico, este tratamento é mais eficaz uma vez que o paciente é testado para descobrir exatamente a qual tipo de pólen ele tem alergia. Ele destaca, porém, que as alergias são causadas pelos pólens de algumas árvores e gramíneas usadas para forrar pasto, que são leves e flutuam pelo ar. “Se for aquele amarelo, de flor, não tem potencial para causar alergia, porque é pesado e não fica no ar”, explica.
Para quem busca uma solução mais duradoura, outra possibilidade é recorrer às vacinas feitas à base do alérgeno para reduzir a sensibilidade da pessoa a ele, que podem ser injetáveis ou sublinguais. “[O tratamento] Demora, em média, três anos, e entrega, através de uma ‘pasta’ uma concentração muito alta de pólen. A pessoa faz o tratamento e fica às vezes dez anos sem ter os sintomas, às vezes a vida inteira”, diz Maniglia. Segundo o especialista, uma vacina em forma de pasta de dente está sendo estudada e pode ser apresentada ao mercado nos próximos anos.