Em um estudo com aves, ratos e frangos infectados de propósito com o ADV 36, verificou-se o aumento de 50% a 150% no índice de massa corpórea. Em teste com humanos, o antígeno estava em 56% deles, 30% deles obesos e 11% não obesos, com diferença de 25 kg entre os grupos.
A pesquisa sugere que o vírus atuaria estimulando a transformação das células gordurosas jovens (adipoblastos) em células gordurosas maduras e inibindo a lipólise (quebra da gordura), acarretando o aumento do número absoluto de células gordurosas, além de dificultar a redução dos depósitos de gordura dentro delas.
O aumento dramático da obesidade em todo mundo a partir da década de 1980 se deu em países muito divergentes entre si nos aspectos social e econômico. São descartados fatores genéticos para esse aumento, uma vez que três décadas não são suficientes para essas mudanças.
Adquirido pelo ar e pelo contato direto com secreções, o ADV36 não é nem um tipo comum de vírus, nem a única cepa correlacionada a alterações metabólicas. Este vírus causa gripes comuns, e somente indivíduos pré-dispostos podem sofrer alterações no tecido adiposo, não sendo uma “sentença” de doença metabólica.
Isoladamente, o ADV36 tem pouco potencial para promover a obesidade, que é multifatorial, também reflexo de maus hábitos de vida (alimentação inadequada e sedentarismo) associados a predisposições genéticas e mudanças metabólicas e hormonais, que podem ou não estar associadas a fatores biológicos.
A obesidade é como um quebra-cabeças. A flora bacteriana intestinal, agentes virais e genes também são pesquisados para se buscar as raízes dela. Manter a alimentação saudável e a atividade física regular pode equilibrar a equação e minimizar riscos.