Saúde e Bem-Estar

Diabete tipo 1 exige controle rígido das crianças

Bruna Covacci
09/11/2016 09:00
O diabete que acomete crianças, adolescentes e jovens adultos é o do tipo 1: uma doença autoimune em que o próprio corpo mata as células que produzem insulina, podendo haver predisposição genética ou um tipo de gatilho para desencadeá-la.  É comum aparecer em crianças, adolescentes e adultos de até 25 anos. Sem cura, seu tratamento é feito, basicamente, por meio da reposição da insulina. Por ser uma doença crônica seu diagnóstico costuma ser recebido de forma impactante pelos pais das crianças. “Eles tem noção do quanto isso vai mudar a rotina da família. A criança vai precisar de monitoramento, aplicar insulina e fazer testes de glicemia várias vezes ao dia”, explica a endocrinologista infantil da Paraná Clínicas Fernanda Jorge.
De acordo com Mauro Scharf, médico e Diretor Executivo do Centro de Diabetes Curitiba, é muito complicado fazer com que os pais entendam que a doença não tem cura. Às vezes, os responsáveis confundem com os tratamentos utilizados para a diabetes tipo 2, que podem envolver medicamentos via oral e que tem cura. “Precisamos fazer com que a rotina de cuidados consiga ser inserida no hábito das crianças: como se fossem escovar os dentes ou pentear os cabelos. Essas aplicações acontecem em criança antes do café, almoço, janta e algumas vezes antes de deitar”, explica. Além disso, ele explica que toda reposição é feita de forma personalizada.  “Cada criança tem uma relação de insulina por carboidrato ingerido diferente”.  A seguir, entenda a doença a partir do que explicam os médicos.
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Sintomas
Os sintomas da diabetes tipo 1 são bem característicos: a criança vai começar a beber água excessivamente, comer mais, não ganhar peso e fazer mais xixi. Algumas vezes, crianças que já saíram da fralda e não faziam mais xixi na cama regridem. Quando um paciente já diagnosticado fica muito parado, corado ou pálido, tem aumento de sudorese ou tremores, é possível que esteja passando por uma crise. O comportamento muda muito rápido, mas é difícil identificar a doença em bebês que usam fraldas ou que estão amamentando – eles ficam irritados e a fralda fica cheia o tempo todo.
Crises
É muito importante fazer com que a criança e todos que convivem com ela saibam identificar crises de hipoglicemia e hiperglicemia: principalmente porque podem levar as crianças para o hospital e até para a UTI. Às vezes, o diagnostico do diabetes só é feito em meio a uma crise: que pode ter risco de lesões de órgãos vitais como o coração e o cérebro.
Controle sozinho
Com o tempo os pacientes aprendem a se cuidar sozinhos. Algumas crianças de 10 anos já monitoram os índices glicêmicos e monitoram e aplicam a própria insulina. Mas o monitoramento dos adultos é essencial porque um pequeno erro pode causar crise de hipo ou hiperglicemia.