Saúde e Bem-Estar

20 coisas que você precisa saber sobre o verão para enfrentar a estação sem perder o humor

ZERO HORA, POR CAMILA KOSACHENCO
20/12/2018 07:00
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Acessórios como o chapéu ajudam a proteger do sol. Foto: Bigstock

Estação esperada por muita gente, o verão é lembrado pelas férias da gurizada e pelos dias na beira da praia ou da piscina – e não precisa de muito para ser sinônimo de diversão. Mas para não acabar com a festa antes da hora, é sempre bom lembrar alguns cuidados básicos: filtro solar, hidratação, alimentação adequada e bom senso não fazem mal a ninguém. Para não cair em ciladas, reunimos alguns dos mitos e verdades mais populares dos dias quentes. Consulte sem moderação!

1. Temos menos fome no verão

Sabe aquela sensação de fome constante durante o inverno? Isso acontece por que nosso corpo precisa gastar mais energia para manter a temperatura interna adequada. Logo, no verão esse gasto energético diminui e, consequentemente, a fome também, explica a nutricionista Camila Ribeiro.

2. Calor afeta o nosso humor

De acordo com a médica de família e comunidade Suzana Grübel, podemos dizer que o clima afeta nosso humor. “No verão, quando ficamos mais tempo expostos à luz solar, a liberação dos hormônios que regulam o sono e o humor fica mais equilibrada. Dessa forma, agem positivamente sobre o ânimo em relação aos dias sombrios e nublados”, diz Suzana, que é especialista da Clínica de Medicina de Família Mãe de Deus Center. Em contrapartida, temperaturas extremas – como o calorão senegalês que resolve aparecer de vez em quando – podem causar irritação e indisposição.

3. Limão mancha a pele

Segundo a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Tatiana Gabbi, a fruta contém um ácido que, em contato com o sol, pode levar a queimaduras graves, dependendo da quantidade de fruta e do tempo de exposição aos raios.

“Nem todo mundo sabe, mas o figo tem a mesma substância do limão. Então, sempre que comer frutas, lave bem o local com água e sabão”, indica a médica.

4. Sol ajuda a secar espinhas

É mito! A exposição pode, temporariamente, levar a uma melhora no quadro de inflamação da acne. Contudo, o efeito rebote pode ser pior. “E tem mais: os melhores tratamentos para esse problema são com ácidos, e eles reagem com o sol. Portanto, a exposição aos raios solares não é indicada”, afirma Tatiana.

5. Não é necessário usar filtro solar no mormaço

É mito! De acordo com a dermatologista Tatiana Gabbi, as nuvens cobrem cerca de 10% do sol. Ou seja: 90% dos raios ultravioleta seguem em ação. Portanto, não deixe o protetor de lado nem quando estiver nublado.

6. Roupas com fotoproteção são eficientes

Elas são ótimas alternativas para crianças. “Roupas em geral têm fator de proteção. A diferença é que essas têm o fator aferido”, destaca Tatiana. Mas, lembre: mesmo usando esses itens, é fundamental passar filtro nas áreas do corpo descobertas.
Antes de curtir a praia ou a piscina, con Foto: Bigstock)
Antes de curtir a praia ou a piscina, con Foto: Bigstock)

7. Água do mar e da piscina estragam os cabelos

Ambas podem abrir as cutículas das madeixas e acabar prejudicando a saúde dos fios. Para reduzir o problema, as dicas são: não molhe o cabelo ou entre na água já com ele úmido ou molhado. “Dessa forma, terá menos receptividade para a água salgada ou com cloro entrar”, explica Tatiana. Quem tem química nos fios deve evitar os mergulhos.

8. Posso deixar as crianças sozinhas na piscina, desde que estejam com boias

É mito! O afogamento é a segunda causa de mortes por acidentes com crianças no Brasil. Conforme levantamento da ONG Criança Segura, em 2016, foram 913 óbitos de crianças em todo o país.

“Nunca, nunca deixe crianças sozinhas na piscina, em rios, lagos, na água em geral. Pequenos com menos de cinco anos precisam de cuidado redobrado, porque ainda podem ter a cabeça mais pesada do que o corpo e, quando caem, demoram um pouco mais para levantar, mesmo em piscinas rasas. Além disso, as boias não são seguras, pois podem furar e até mesmo virar”, reforça a médica de família Suzana Grübel.

As hospitalizações em decorrência desse tipo de acidente também são altas: chegaram a 232 em 2016, segundo a ONG. Cabe ressaltar que mesmo as crianças que sabem nadar devem estar sob constante supervisão.
(Foto: Bigstock)
(Foto: Bigstock)

9. Protetores com FPS acima de 30 são todos iguais

É mito! O fator de proteção indica quanto tempo a mais a pessoa poderá ficar exposta em comparação com uma exposição sem filtro. Por exemplo: uma pessoa que tolera três minutos sem proteção, ao usar um filtro FPS 10, poderá ficar 30 minutos.

10. Maquiagem com FPS já protege a pele

Depende: se a pessoa não se expuser diretamente ao sol, uma base com fator de proteção 30 seria o bastante, diz Tatiana. “Dentro do escritório, estaria protegida. Agora, indo à praia ou piscina, é fundamental usar filtro solar por baixo da base”, complementa.

11. Não posso entrar no mar ou na piscina depois de comer

O ideal é esperar de 40 minutos a uma hora para entrar na água ou praticar algum exercício depois das refeições. “Mas claro que precisamos avaliar o volume e o tipo de alimentação ingerida. Se for algo leve, até pode entrar, mas não recomendamos nenhuma atividade física depois de uma refeição completa ou muito calórica”, observa Suzana.
Essa indicação ocorre porque, depois de comer, todo o fluxo sanguíneo e a energia são direcionados para o estômago, para fazer a digestão. Qualquer desvio atrapalha esse processo, o que pode acarretar em distensão do abdômen, náuseas, vômitos e mal-estar. “A variação brusca de temperatura (corpo quente para água gelada) nessa hora também não é indicada”, completa a médica de família.

12. Fazer exercícios ao meio-dia não prejudica a saúde

Depende! Suzana afirma que, se a atividade for realizada em um ambiente climatizado e a pessoa não fez nenhuma refeição muito calórica, não há prejuízo. Mas se o exercício for sob sol forte em dia de extremo calor, pode haver mal-estar. “Porque gera uma vasoconstrição, aumenta a chance de sudorese, desidratação, cãibras e sintomas cardiovasculares”, alerta.
Não dormir tempo suficiente aumenta o risco de doenças crônicas e mentais. Foto: Unsplash.
Não dormir tempo suficiente aumenta o risco de doenças crônicas e mentais. Foto: Unsplash.

13. Dormir com ar-condicionado ou ventilador faz mal

É mito! Estar em um ambiente com clima agradável melhora o sono e contribui para o descanso. Para isso, orienta Suzana, a temperatura deve estar entre 20°C e 24°C. Deve-se evitar as temperaturas muito baixas ou posicionar o ventilador direto para a pessoa.
“Também é preciso cuidado com a higienização dos filtros do ar-condicionado e com a limpeza e a retirada do pó das pás do ventilador. Se estiverem sujas, estarão espalhando poeira, ácaros e microrganismos acumulados, que podem aumentar o risco de rinite, alergias, dor de garganta, resfriados. É preciso ter bom senso”, pondera a médica de família.

14. Alguns alimentos ajudam a proteger a pele e aceleram o bronzeado

Dá para ajudar na proteção e ainda turbinar o bronzeado ingerindo alimentos ricos em carotenoides, como cenoura, beterraba e abóbora, diz Camila. Outros bons protetores são o chá verde, que tem catequinas, e o cacau, que contém flavonoides, ambos antioxidantes – ou seja, combatem os radicais livres. “É bom deixar claro que eles não são substitutos do filtro solar”, salienta a nutricionista.
imagem: shutterstock
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15. Precisamos tomar mais água no verão

Como a transpiração aumenta para diminuir a temperatura do corpo, desidratamos mais. Portanto, é recomendado beber bastante água nos meses mais quentes, recomenda a nutricionista Camila Ribeiro.
E vale tomar sucos, chás e chimarrão? Sim! Porém, a prioridade deve ser sempre o consumo de água. “Esses três podem fazer parte da ingestão diária de líquidos, desde que de forma equilibrada e moderada e sempre dando preferência aos naturais, no caso de sucos e chás”, lembra Camila.
Quem aderir aos sucos deve preferir aqueles não coados, que preservam as fibras. Chás e o tradicional chimarrão têm propriedades benéficas à saúde, mas devem ser consumidos com moderação para não gerar o efeito contrário, que é a perda de líquido.

16. Intoxicação alimentar é mais comum no verão

O calor pode comprometer a conservação dos alimentos, facilitando a proliferação de microrganismos. Para evitar esse problema, Camila sugere cuidado na hora de comprar lanches na praia e optar por aqueles que não ficaram expostos por muito tempo ao calor intenso. “Também deve-se estar atento ao consumo de água, ingerindo apenas de fontes potáveis”, recomenda a nutricionista.

17. Ficar com biquíni molhado faz mal

A combinação de umidade persistente com abafamento da região genital é um ambiente perfeito para a proliferação de germes. “Isso pode facilitar a ocorrência de infecção tanto na vulva, como candidíase, quanto na parte interna”, explica a ginecologista e mastologista Camile Stumpf, da Clínica da Mulher Mãe de Deus Center.

Se a ideia for passar o dia na praia, a melhor saída é levar mais de uma parte de baixo e trocar a molhada pela seca a cada mergulho.

18. Usar óculos de sol de camelô é melhor que nada

É mito! Como são de origem desconhecida, não é possível atestar a qualidade desses produtos. “O quanto filtram de luz UV pode estar aquém do recomendado. Sem boas condições ópticas podem gerar mais cansaço visual e dores de cabeça”, avisa Manuel Vilela, professor de oftalmologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Mesmo que tenham as lentes escuras, esses óculos sem filtro adequado podem permitir que mais luz entre pela pupila, prejudicando a saúde.

19. Bebida alcoólica também hidrata

É mito! Pelo contrário: o álcool aumenta a desidratação, pois inibe a ação do hormônio antidiurético, que regula a água no nosso corpo. “Quando bebemos, também urinamos mais, desidratando pela perda de água e sais minerais”, alerta Camila.
Portanto, beba com moderação!

20. Correr descalço na areia faz mal à saúde

É mito! Para quem já está acostumado, correr na praia sem tênis pode melhorar a propriocepção, que é a capacidade de reconhecer a localização do corpo no espaço, além de reforçar músculos e ligamentos dos pés, garante o quiropraxista Kleber Fontolan.
“Porém, quem está acostumado a correr de tênis pode ter problemas, como fascite plantar, dores nos joelhos e canelas, já que os tênis realizam grande absorção do impacto”, afirma o especialista.
O ortopedista e traumatologista Fernando Maurente Sirena completa: “Nenhum estudo até hoje conseguiu comprovar que correr com os pés descalços na areia possa causar mais lesões. Entretanto, vale lembrar que nossas praias têm uma faixa grande de areia dura, o que não diminui tanto o impacto quanto a areia fofa, podendo provocar lesões por atrito, como bolhas e queimaduras.”
As dicas de Fontolan para quem deseja correr sem calçados na areia são: inicie os treinos antes do verão, use proteção nos pés (como se fossem “meias” próprias para isso), comece em superfícies macias, como gramados, e alongue bastante após o treino, especialmente as panturrilhas. Como exige mais energia do que um terreno pavimentado, é bom que a pessoa também esteja bem preparada fisicamente, alerta Sirena.
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