Risos

De cara com a onça

Nariz Solidário
Nariz Solidário
10/06/2024 17:21
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Às vezes, recebemos missões desafiadoras e dessa vez aconteceu nos corredores da UPA Boqueirão.
A enfermeira Júlia nos desafiou a passar no leito 203; disse que lá havia uma onça, ela estava imóvel e paralisada por algum motivo que não entendemos bem.
Sacarosi e eu sempre estamos preparadas para o inesperado, mas isso nos preocupou, porque se “não se cutuca onça com vara curta”, imagina nós, que nem um arbusto tínhamos, o que aconteceria com a gente?
No entanto, estufamos o peito com coragem, tremendo de medo por dentro, e lá fomos nós. Chegamos e demos de cara com a tal onça, ali paradinha, sem mexer nem um centímetro sequer.
Nos aproximamos bem devagar, sem muitos planos… Quem sabe fazer umas cócegas e sair correndo? De repente, a onça começou a se mexer, fez um aceno econômico, apresentou seus caninos meio tímidos e piscou com os olhos. Paralisamos!
Ao notar que não havia perigo, relaxamos e abandonamos a nossa apneia. Que susto! Pronto! Missão cumprida! A onça mexeu.
Saindo do quarto, Júlia cochichou um “obrigado” e nos disse que não via a onça, Dona Fátima, se mexer já fazia tempo.
Ufa, que alívio! Cumprimos mais uma missão e saímos ilesas.
Leia mais uma história do livro "Encontros, risos e outras molduras: um breve retrato da arte da palhaçaria em hospitais": O boi não lambe.