
Hoje é comemorado o Dia da Árvore. A data foi instituída com o objetivo de conscientizar a população a respeito da importância da preservação ambiental. No Paraná, várias espécies da flora brasileira estão na lista nacional, que conta com mais de 2 mil espécies ameaçadas de extinção.
O grande desmatamento sofrido pela Floresta de Araucária não coloca apenas o Pinheiro Araucária – símbolo desse tipo de vegetação e do estado – em risco, mas também espécies que nem mesmo foram estudadas de forma profunda para entender sua importância no ecossistema. Um desses exemplos é canela-sassafrás (Ocotea odorifera), ameaçada de extinção desde 1992. A espécie foi estudada pelas biólogas Larissa Amanda Bett e Dayane May, da Universidade Positivo, no monitoramento da flora da Mata do Uru – Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), localizada na Lapa (PR).
A pesquisa identificou a regeneração natural da canela-sassafrás na Mata do Uru. “A espécie está classificada como ameaçada, assim como a Araucária, e tem grande importância ecológica e econômica, sobre a qual as pesquisas científicas voltadas para a conservação ainda são escassas”, explica Larissa. Esse estudo será apresentado nesta semana, entre os dias 22 a 25, durante o Congresso de Brasileiro de Unidade de Conservação, na Universidade Positivo.
Toda atitude é válida
Na cidade, é possível encontrar os famosos guardiões das árvores. São cidadãos que lutam pela preservação e testemunham mudanças em algumas regiões da cidade. Embora alguns se preocupem somente com a sujeira que as folhas e flores fazem no quintal, outros estão empenhados em mostrar a importância da preservação de cada uma dentro da cidade. O empresário Carlos Eduardo Andersen, de 39 anos, ficou indignado quando soube que a velha paineira rosa seria cortada por reclamações da vizinhança. A exuberante árvore localizada na Rua João Havro, no bairro Boa Vista, viu muito casal apaixonado se encontrar debaixo de sua copa, vem abrigando passarinhos nos fins de tarde de verão e sempre encheu os olhos dos moradores mais velhos.

A quantidade de histórias da paineira rosa, uma das mais antigas moradoras do bairro, levou o empresário a lutar por sua sobrevivência. Andersen entrou com uma ação na Justiça em 2012 e alegou que não havia motivo para a retirada da planta. “Para evitar que a prefeitura começasse o corte antes da avaliação do caso pelo juiz, eu me amarrei junto à árvore por 16 horas. As pessoas começaram a apoiar a minha iniciativa, incentivavam, levavam lanche…”, recorda.
Depois de salvar a histórica paineira, Andersen soube de casos semelhantes envolvendo moradores de diversos lugares da cidade. “Ouvi muitos relatos e resolvi juntar todos num blog. Começamos a divulgar as ações da prefeitura e os casos das árvores para tentar quebrar esse ciclo negativo”, conta. Sua causa ganhou adeptos e atualmente dez voluntários participam do movimento Vândalo Verde. “Nós fizemos várias ações: distribuímos cartazes, saímos em grupos tocando músicas para denunciar cortes irregulares, fizemos resgate de mudas de árvores de grande porte e replantamos em lugares em que elas possam ter mais espaço”, resume o ativista.
Como tombar uma árvore?
Para que certas árvores não sejam derrubadas, elas podem ser tombadas pelo governo estadual ou municipal. A avaliação é feita por um grupo de biólogos e agrônomos do governo, que decidem ou não pelo tombamento, conforme a localização, beleza, porte, raridade, espécie e história da árvore. Alguns dos 27 exemplares sob a guarda da prefeitura e nove do estado são nativos da região, outros vieram com os primeiros imigrantes do estado. Qualquer pessoa pode entrar com o processo de tombamento de uma árvore, que é feito na Secretaria Municipal do Meio Ambiente ou pela Curadoria do Patrimônio Natural da Secretaria de Estado da Cultura.
Mais informações pelo telefone (41) 3312-0401 (Coordenação do Patrimônio Cultural do Estado do Paraná).
Colunistas
Agenda
Animal