São muitas as séries de terror que foram lançadas nos últimos anos. Desde American Horror Story, Penny Dreadful, Walking Dead, Scream, Bates Motel a Black Mirror, entre tantas outras. Elas atraem a atenção de adolescentes e adultos em busca de emoções fortes no conforto de casa e conquistam fãs do mundo todo. Nesse gênero também há a indústria de video game que movimenta milhões de dólares com títulos como Amnesia: The Dark Descent, Dead Space e Alien: Isolation. Além destes, existem os incontáveis filmes lançados em alta frequência todos os anos.
Agora é a vez de Black Mirror, que teve a terceira temporada produzida pela Netflix disponível recentemente no serviço de streaming. No segundo episódio da série chamado “Playtest” um americano participa como cobaia de um novo sistema de jogo baseado em realidade virtual. Colocado em uma casa ele precisa enfrentar seus diversos medos, produzidos pela própria mente e traduzidos pelo implante na nuca.
O medo, uma das emoções mais primitivas do ser humano, torna a espécie mais forte. É o que explica a psicóloga Semiramis Vedovatto. “Somos mamíferos que vivíamos em situações de risco iminente. O medo causado por uma situação fictícia nos ajuda a lidar com problemas na vida real”, diz.
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Circuito do medo
No cérebro, o hipocampo e a amígdala cerebral são responsáveis pelo controle desta emoção. São essas estruturas que liberam os neurotransmissores dopamina, endorfina e adrenalina responsáveis pela reação do corpo.
A psicóloga acredita que o interesse por essa temática faz parte da busca pelo prazer. “Ao sentirmos medo, a dopamina que é liberada em grande quantidade cria uma sensação prazerosa quando percebemos que não há um risco real”, complementa.
Um pouco de história
E é justamente esse distanciamento que permite com que as pessoas apreciem um bom e velho terror. Aliás, tão velho quanto a oralidade, como se pode conferir no livro “A History of Horror”(2010), em tradução “A História do Terror”, de autoria de Wheeler Winston Dixon.
No primeiro capítulo da obra, Wheeler escreve: “A origem da história de terror pode ser datada do começo da narrativa ou, pelo menos, pode ser considerada tão antiga quanto a Epopeia de Gilgamesh (2000 B.C.) e a Odisseia de Homero (800 B.C)”.
Desde que os seres humanos começaram a contar histórias um para os outros, existiam aquelas com características aterrorizantes. Ainda mais porque nesta época o conhecimento sobre o mundo era inferior e, portanto, havia muito mistério mal compreendido pela espécie.
Quem pode?
Vedovatto explica que é preciso respeitar a classificação indicativa e não deixar crianças consumirem esse tipo de conteúdo. “O gênero terror funciona muito bem para o adulto porque ele consegue separar a realidade da fantasia, diferentemente das crianças que podem desenvolver fobias”, conta.
Isso acontece porque o lóbulo frontal do cérebro, responsável por distinguir a realidade da fantasia não está desenvolvido nas crianças. Os primeiros discernimentos se inciam aos doze anos. É preciso esperar a criança crescer para não prejudicar seu psicológico.
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