Comportamento

Slime: geleca feita em casa é brinquedo terapêutico para pais e filhos

Katia Michelle
23/07/2018 11:57
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Pais devem supervisionar brincadeira de crianças pequenas para evitar acidentes. Foto: Bigstock

Não é exatamente uma massinha. Se parece com uma geleca. A diferença está em alguns dos ingredientes utilizados e também na moda. E a tendência agora é o “slime”, uma massa viscosa que pode ser feita em casa com diversas cores, texturas e brilhos e ser amassada até cansar.
A bibliotecária Sônia Bernini, 46, anos foi impactada pela filha Julia Manzalli dos Santos, de 12 anos que trouxe a receita para casa e “contaminou” a família inteira. De tanto ensinar os amigos a fazerem, aliás, Julia criou a própria empresa para ensinar a técnica. Agora, faz oficinas em festas de aniversários e, em parcerias com empresas, ministra oficinas em diversos locais.
Empreendedora, Júlia contou com a ajuda da mãe para abrir a própria empresa de oficinas de smile. Foto: arquivo pessoal.
Empreendedora, Júlia contou com a ajuda da mãe para abrir a própria empresa de oficinas de smile. Foto: arquivo pessoal.
“Ela sempre foi muito empreendedora, aos sete anos já fazia pulseiras para vender. Agora com a moda do slime testou várias receitas até descobrir uma que dava muito certo para ensinar nas oficinas”, diz contanto que a filha também vende os potinhos da “geleca”.
Smile texturizado feito por Júlia: Foto: Arquivo pessoal.
Smile texturizado feito por Júlia: Foto: Arquivo pessoal.
Sônia acompanha a filha nas oficinas e também no suporte da empresa criada para vender as oficinas e o produto. “Ela mesmo começou a fazer recreação e ofereceu para mãe de uma amiga”, conta. A oficina ministrada por Júlia nos aniversários custa R$ 30, com material incluso.
Tem efeito terapêutico?
O smile precisa de poucos ingredientes para ser produzido: cola, água, bicarbonato de sódio, glitter e corantes. Caso algum acidente aconteça e a a criança coloque a mistura no cabelo, por exemplo, é só deixar bastante tempo embaixo  da água morna para amolecer e sair naturalmente.
Também tenha cuidado na escolha da receita e jamais use borato de sódio (bórax), considerado altamente tóxico pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No entanto, para evitar imprevistos, vale lembrar que a brincadeira deve ser feita com crianças acima de 5 ou 6 anos e que já tenha consciência de que o brinquedo não pode ser levado à boca ou ao cabelo.
Guardados em potes, os produtos podem durar meses. Foto: Arquivo pessoal.
Guardados em potes, os produtos podem durar meses. Foto: Arquivo pessoal.
Já sobre o efeito terapêutico do brinquedo, a orientadora pessoal e Master Mentoring em Coaching Corpo e Mente, com pós-graduação em psicologia transpessoal, Wanessa Moreira, explica que o slime tem efeitos terapêuticos, sim.
“E começa desde a etapa da produção do slime, feita em casa, artesanalmente gerando autonomia para quem realiza essa atividade, já que ela vai  experimentando a textura ideal, cores, e tamanho”, diz, ressaltando que, de maneira lúdica, essa atividade traz interação e resultado.
Além, disso, complementa a terapeuta, própria brincadeira com o slime,  acaba trazendo uma sensação diferente para o tato, uma tranquilidade para quem brinca e um conforto para a família, que se diverte em conjunto.
Ainda assim, é importante falar com o médico da criança para conferir alguma eventual pré-disposição para alergias de alguns dos ingredientes utilizados. E claro, orientar para que o produto não seja ingerido.
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