Slime, a geleca caseira, pode ter ingredientes tóxicos para crianças; alerta Proteste
Redação
04/09/2018 16:46
Slime virou febre entre as crianças, substância utilizada, no entanto, causa riscos à saúde. Foto: Bigstock
O bórax (borato de sódio), substância utilizada para fazer o slime, é o principal vilão dos ingredientes do brinquedo semelhante a uma geleca caseira e pode causar sérios riscos à saúde. O alerta foi divulgado pela Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor que explica que o ingrediente é também utilizado na matéria-prima de alguns produtos de limpeza, como sabão em pó para máquina de lavar e inseticidas.
“Para ter uma ideia do potencial de risco do bórax, a Anvisa o avalia como classe toxicológica II, isto é, altamente tóxico. O bórax é uma substância alcalina (com pH alto) e tende a danificar a camada de gordura protetora da pele, o que pode causar o surgimento de lesões que parecem feridas vermelhas, que coçam e ardem, e até dermatite de contato, que é uma reação que se assemelha a uma queimadura de pele e causa descamação”, diz o alerta.
O contato com o bórax em quantidades acima do recomendado pode causar problemas como cólicas estomacais, vômitos, diarreia e irritações nos olhos. Outros ingredientes utilizados na fabricação da geleca também podem trazer riscos, como a água boricada, bicabornato de sódio, espuma de barbear, amaciantes de roupas e detergentes.
“A maioria dos ingredientes usados no slime caseiro é potencialmente nociva, dependendo da forma de manuseio e de quem o manusear”, informa a Proteste.
Como reduzir riscos
A associação ressalta que existem no mercado “gelecas” industrializadas, prontas e com o selo do Inmetro (ou seja, já foram testadas e aprovadas, diminuindo assim os riscos de causar algum tipo de dano à saúde da criança).
A sugestão é utilizar receitas à base de cola branca e bicarbonato, que não contém o boráx, mas sempre ficar de olho e nunca deixar a criança fazer o brinquedo sozinha. “É fundamental acompanhar todos os processos de confecção do slime caseiro junto com as crianças, mas não é possível garantir que o produto final será inofensivo”, afirma a Proteste.